segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Mensagem de Ano Novo

Após um Natal extraordinário, agora nos chega 2010. Preparados?

Apaga-se mais um ano no comboio do tempo. Resta-nos, agora, a nítida memória e a esperança de uma manhã auspiciosa de sentimentos.

(VFM)

FELIZ ANO NOVO!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Aviso!

Caros leitores, vou me ausentar esses dias por causa do natal. Estou caminhando para a cidade da minha família, Nova Era. Deixo uma mensagem para vocês com imenso carinho:

Natal é época para mais se sonhar, de gente contente.
Natal é quando sabemos que amar é o melhor presente.
Que o seu natal seja mais um momento de sonhar coisas boas.

FELIZ NATAL A TODOS!




Pirilampo

Em noites puras cada palavra é vaga-lume.


(VFM)

MINICONTO

Lobisomem


Qualquer lua me afronta.

Lua Nova: Pelos nas mãos
Lua Crescente: Pelos nas costas
Lua Minguante: Pelos nos pés
Lua Cheia: Hora de depilar.


(VFM)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Aforismo

Todo amor vive um momento de neblina. O importante é não acreditar no seu disfarce. O sofrimento é opaco e é uma imagem que nos falseia. O amor é transparente e vulnerável, mas toda neblina se dissipa.

(VFM)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tribuna Lagoana - Crônica de Dezembro

A Passageira



Tenho que contar, estimados leitores, as coisas que só acontecem na cidade grande. Na minha labuta diária, enfrento dois ônibus para chegar ao trabalho. Como toda metrópole, gente aos montes se esbarrando, passando anonimamente em nossas vidas, mas algumas personagens, se podemos assim dizer, marcam das mais curiosas maneiras. Foi o que aconteceu comigo, em um dos trajetos ao serviço. Não descobri o seu nome, pois ele não o pronunciou, porém vou denominá-lo de Zé.

Oito horas da manhã, sol já esquentando as vidraças, corando os bebês e suas babás no passeio na praça, lá estava eu pegando o segundo ônibus do dia, na sua invariável lotação, de muito aperto. Tinha conseguido um lugar quase privilegiado, se não fosse uma espaçosa senhora que me espremia no pequeno banco.

Durante o caminho, não demorou a subir aquela figura, chapéu de palha na cabeça, cheiro de fumo de rolo na camisa, calça a sufocar o umbigo, botinas bicolores, preta e terra. Carregava em uma das mãos, pelo menos, cinco sacolas de feira e em um dos braços a sua adorável criança... uma gigantesca melancia. Subia o tal Zé no aperto, empurrando as senhoras que praticamente bloqueavam sua passagem até a roleta. Desengonçado, como um equilibrista, segurava a fruta contra o peito fortemente. Entretanto, no balanço e sacolejo do ônibus, a enorme melancia lhe escapa da mão, cai, e sai rolando em direção a roleta, e roda, passando para o outro lado. Eis que o Zé pede ao trocador:

- Tem como pegar minha melancia?

- O senhor vai ter que pagar, pois ela rodou a roleta.

Aí o Zé começou a discutir com o trocador, dizendo que não iria pagar e tudo mais. Querendo evitar mais confusão, o Zé pagou para a melancia e pagou a sua passagem também. Tinha vagado, naquele momento, duas cadeiras. O Zé assentou-se e colocou a melancia do seu lado, ocupando o outro banco. Minutos depois, uma senhora querendo assentar disse ao Zé:

- Com licença, o senhor poderia tirar a melancia para eu poder sentar?

- Não posso não, minha senhora, ela pagou a passagem e tem o direito de ficar aqui do meu lado.

A moça, indignada, vira para o trocador:

- Trocador, o Senhor ali, não quer me deixar assentar!

- Minha senhora, não sei o que dizer e fazer, pois a melancia pagou mesmo a passagem, acho que ela tem o direito de ficar ali.

Todos no ônibus não seguraram o riso. Assim, dei o sinal para descer e parei no ponto perto do trabalho. Olhei para trás e o Zé e a sua estranha passageira e companheira continuavam sentados. E lá se foram os dois. Queria ter seguido até o final para ver o desenrolar da história.

Éh... tem coisas que só acontecem em cidade grande!

(VFM)

Frase e Momento

Se o meu cansaço fosse de amor, quanto eu haveria corrido?


(VFM)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

NANICONTOS

1 - Papai Noel

Ao amanhecer, a criança:

- Mãe! Pai! Papai Noel veio aqui ontem a noite,
Deixou uma carta de Feliz Natal e agradeceu
Pelos presentes: a TV de Plasma e o Computador.


2 - Infeliz Ano Novo

Assustado, faleceu com o barulho
Dos fogos a meia-noite e um.


(VFM)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Frase!

O meu sonho é navegável, só me inunda quando é manhã.


(VFM)

Ragga Girl

Buenas! Então, caríssimos, fui convidado pela revista Ragga para fazer o texto da Ragga Girl de dezembro. Apesar de ter feito de um jeito, acabou que ele teve que ser editado e saiu de outro. Mas vou colocar para vocês o que eu escrevi. O que saiu na revista vocês podem conferir no site. É isso!

Qualquer um gostaria de ficar para sempre naquela festa, somente apreciando a encantadora animação e a sensualidade que vinham dos olhos dela. Vendo-a, nascia, naquele momento, a certeza de que não faltava mais nada. Poesia pronta e rimada. Quem não agradeceria por ter saído de casa e, enfim, encontrar uma mulher tão bela, o paraíso. E lá estava... E ela fitava a todos... Mesmo que furtivamente, ou sem querer.

A modelo XXXXX parecia comemorar antecipadamente seu aniversário. Transbordava o mais lindo sorriso. Olhando seu rosto delicado, os seus 19 anos ficavam perdidos em seu corpo esguio e nos seus lábios distintos.

Mineirinha de BH, com seus contornos marcantes, a modelo já está mais que acostumada a se dirigir com um olhar provocante aos inúmeros fotógrafos e a acompanhar o ritmo incessante das passarelas. Desde os 12 anos, ela assinava seu nome com o charme dos seus passos e a beleza exótica. Fã de música eletrônica, XXXXX julga ser uma baladeira nata e adora estar com as amigas.

Completamente entusiasmada com o alvoroço em sua direção, era perfeitamente fácil se apaixonar por ela, ainda mais com seu jeito alegre e contagiante. Brincalhona, ela não percebeu que, além daqueles tantos brilhos que a cobriam, outro presente a esperava tão vivo e fascinante. Era mais doce que chocolate, uma das suas paixões. Mas, também, era simples, como o desabrochar da aurora.

Os seus planos? “Pretendo viajar durante uns 4 ou 5 anos, desfilando”, confessou serenamente. Sua voz era exatamente como se imaginava, uma serenata. Ele não tinha como ficar triste por ela querer partir. Sabia que ela merecia o estrelato. Carinhosamente, desejou sorte e sucesso. Entregue o presente, ele se despediu.

Saiu sem destino. Começava a chover. Pela rua, seu pranto se misturava com as gotas d’água. Não era tristeza. Era a alegria de ver o seu presente adorado, em mãos: um lindo cachorrinho que, para ela latia de amor, e o seu carinho, esvoaçando, no colorido de um balão.

(VFM)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

MICROCONTOS

1 - Tentativa

Ah! se arrependimento matasse,
Teria afiado mais aquela faca.


2 - "Traz seu amor de volta"

- Será que ela continua bonita depois de morta?


3 - Desiludidos

- Acho melhor pararmos de chorar.

- É...

- Que tal pegarmos o sal das nossas
lágrimas e tomarmos uma tequila?


(VFM)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Amor(H)á

Já perdi muitos amores e pensei nunca mais ser merecedor de um. Porém, quando tombei os olhos num sonho, eis que me aparece você.

(VFM)

NANOCONTOS

1 - Belchior

Adorava tanta coisa velha,
mas o seu novo amor era o melhor.


2 - Larica

Ela comia tudo, vorazmente,
Não se importava em engordar.
Assim era a vida da Larica, a lombriga.


3 - O Homem e o Lápis

Um apontou para o outro e disse:

- Ainda te faço um livro.


(VFM)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Um livro...

Eu me abro a intimidades quando inicio a leitura de um livro. Um livro, para mim, é sempre uma mulher.

(VFM)

Aforismo

É um alívio o abrir dos olhos e ver na sua umidade o brotar de uma palavra.


(VFM)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Pelo dia chuvoso de hoje...

Eu invento a chuva para disfarçar o meu pranto.


(VFM)

+ MINICONTOS

Frustração

Desesperado, o escritor não sabia o que fazer depois de cada ponto final.


Vampiro

Ao morder a vítima:

- Credo! Detesto A positivo!


(VFM)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Frase do dia!

Coisa boa não se esboroa!


(VFM)

MINICONTOS

1 - Funeral

E a minhoca gritava:

- Mais terra! Mais terra! Mais terra!


2 - Fuzilamento

- Antes de morrer, você tem o direito a um último pedido.

- Ok! Larguem as armas!!!


3 - Dieta

Por hoje chega, já fartei meus olhos na doceria.


4 - Serial Killer

Sempre se inspirava em pizzas:

- Corto em 6, 8, ou 12 pedaços?


5 - Presente de Natal

- Querida, vou ser pai!

- Ué! Eu não to grávida!


(VFM)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Notícia!


Então, caros amigos e leitores, no meu périplo pela internet descobri a Revista Veredas, uma publicação digital e mensal, que tem como intuito incentivar novos escritores, bem como a leitura. Destinado a micronarrativas, a revista faz uma seleção mensal de textos que se limitam a 300 palavras. Neste mês de Dezembro, enviei alguns dos minicontos que publico aqui para eles. Tive a ótima notícia de ter 3 nanicontos selecionados. Quem quiser conhecer os continhos publicados dê um pulo no site.

MINICONTO

ENGODO


- Ei, senhorita, seu coração ficou na margem do rio.

- Tudo bem! Deixei lá como isca para um novo amor.


(VFM)

Aforismo!

Meu coração é feito de retalhos e a vida sempre me remenda mais.


(VFM)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Continho

E assim foi, a saudade pegou o último trem, levando a dor na bagagem. Se se despediu? Não vi. O que me lembro foi quando meu amor voltou. E assim foi.


(VFM)

O Amor 2

O amor não foi feito aos resignados.


(VFM)

O Amor...

Longe do perigo, o amor fraqueja. Amar não tem orientação.


(VFM)

Pela Noite

Eu gostaria de caminhar tranquilamente pela noite, sem me machucar ao pisar numa estrela ou cair no buraco da escuridão.


(VFM)

Onde estará?

Perdi meu coração na minha última viagem. Agora é suportar o destino.



(VFM)

Relicário

Para que guardar lágrimas se eu vivo no mar?!


(VFM)

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

MINICONTO

Depois de algum tempo sem escrever microcontos, tive um insight e escrevi esse abaixo:


Vida Literária


Ao acordar lavou o verbo e escovou os substantivos para ficar mais adjetivo antes de ir frasear.


(VFM)

Desastre

Desastroso para um escritor é perder uma palavra no tumulto de uma ideia.


(VFM)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Infância

Vivo eternamente a minha infância, pois carrego sempre meus brinquedos comigo, as letras.


(VFM)

Alto Mar

O meu coração é um navio,
As mágoas, a água do mar,
O sentimento é vento bravio,
A tristeza uma onda do mar.

O meu destino é uma ilha deserta,
Que procuro de sonho em sonho,
Meu coração segue sempre alerta
E com a felicidade eu me banho.

O meu coração é um navio,
As mágoas, a água do mar,
Que navega sem um desvio,
Sem receio de naufragar.


(VFM)

Frase

Eu escrevo o que devo ao mundo: A felicidade de uma palavra, segundo a segundo.


(VFM)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Frase

O tempo tem um ar impuro, que qualquer badalada dele já me faz tossir a velhice.


(VFM)

Tempo

O tempo vive a navegar sobre o meu caminho. Em momentos de pranto - é mar -, em momentos de espera - é terra - para partir ou desembarcar um amor.


(VFM)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Desastre

Perco um pedaço de mim a cada dia, quando sinto sua falta. A minha última parte, não tarda, virou lembrança.
(VFM)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vigília

Eu vigio o meu coração para que ele não embaralhe as emoções, nem se desembeste a me jogar ao bel-prazer dos aflitos.

(VFM)

Sonhei...

Sonhei que tu me seguias deserta, com a paz n'alma, palmilhando nuvens com os pés, célere, só para confessar teu amor. Mas quando acordei de paixão, banhado de fogo, pressenti que meu sonho era somente um livro, com páginas que se repetiam, grafado de mar e espuma, ILUSÃO.


(VFM)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Duas Frases

1 - Desce noite e repara como eu lavro meus sonhos.

2 - A superfície mais inóspita do mundo é a face humana impregnada de angústias.

(VFM)

Aforismo

O dicionário me dá claustrofobia, vivo cercado de ermas palavras. A poesia é que é minha liberdade, meu suspiro de alívio.
(VFM)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Aforismo

O que predomina sobre o papel é a cor das palavras e o sândalo das ideias.


(VFM)

Artesanal

Artesanalmente, Deus me fez desabitado de palavras. Foi assim que aprendi a fazer poesia com o barro do silêncio.


(VFM)

Um rio em mim

Dentro de mim corre um rio, que é oprimido por duas margens, do amor e da saudade. O único peixe que nele nada, corre sem destino, atrás de uma nascente inalcançada.


(VFM)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Chuva

Através da chuva sussurrante, eu te enxergava infinitamente diáfana e sem o riso nos lábios dantes. Você se refletia somente em uma lágrima inclinada e mais nada transparecia... Mesmo depois do rio que fizemos, a chorona ampulheta das nuvens, suspirava, desenhava, e, aborrecida, convertia teu rosto em uma paixão calorosa de sol.

Temporal e consecutivo, eu te buscava, esperançoso, na tentativa de que seu pingo humano fracassasse em ruir. Perdi muito com sua boca, que tremia de frio, um navio ao mar crescente, quase se afogando de sonhos, com sua vela quebrada, na praia rija; possivelmente lá seu coração sobrevivia.

Depois... Depois... Com um gesto fraco, como foragido sem valia, fatigado, a alma – nossa alma – transformada, expirava de amor... E gemia.

Quanto eu chorei ao imaginar chover lírios, com fúria de esquecimento, lentas águas de pensamento, atropelado de mar e terra. Foi então, assumindo o fato, que pensei: lágrima derramada não é água, é ilegível palavra, nau desembarcada de mágoa, biblioteca desfeita em um só dia, perfumada.

(VFM)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Haicais

O silêncio é grito
Só no momento
Em que é escrito.

*
Eu quero sumir,
Mas em qual abismo
Eu devo cair?


(VFM)

Ditame

Descortinar os olhos me dá um leve estremecimento da vida.


(VFM)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Em suma

Pior resumo do amor é o término. Ele somente não se basta, mesmo como frequência mundana, mesmo com vida, com cerne, com luto e sangue. Pior resumo do amor é não existir.

(VFM)

Eco

Gosto de me repetir com o tempo: Amor, amor, amor...


(VFM)

Aforismo

A vida vai do berço ao terço e vice versa.


(VFM)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

continuum...

A dificuldade da vida é ser vida.

#

A morte é triste por lhe faltar a palavra.

(VFM)

Vídeo: Palm Springs International Film Festival 2009 (Intro)

Outro vídeo que me conquistou pela qualidade e criatividade.




Mais e Mais

Ando realmente empolgado com as frases e aforismos, nem sei porquê. A poesia anda meio sumida, espero que uma hora ela (re)volte e tome seu lugar. Espero, contudo, que vocês, caros leitores, estejam gostando delas.


É difícil ver o que não quer desaparecer.
*
Eu sou o livro que se esconde nos teus olhos.
*
Não sei, não sei, eu acho, o bom da poesia é deixar um traço.
*
Simplesmente é o infinito.

(VFM)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Várias Frases

Eu tento, eu fujo,
O sofrimento é caramujo.
*
O ínfimo amor já me remenda o coração.
*
O mar é o espelho da lua e a face oculta das estrelas.
*
O homem de letras mastiga a palavra diariamente para poetizar arroz com feijão.

(VFM)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Segue...

O beijo mais doloroso tem a cor e o aroma de Adeus.


(VFM)

Outro

Pesquei uma estrela com os olhos na imensidão, pois queria deixar às claras minha noturna solidão.


(VFM)

Aforismo!

Só o tempo para mortificar uma saudade, mumificando o que é do passado ao passado para, quem sabe, anos depois, ser um dia lembrado.


(VFM)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Continua...

Cheguei ontem de viagem e tive uma ótima notícia: Fui selecionado num concurso "Pão e Poesia" com dois haicais que mandei. Eles serão publicados nos papéis de pão de várias padarias de BH. Fiquei bem satisfeito e júbilo com isso, pois nunca tinha ganhado nada e nem sido reconhecido. Tá aí um bom começo. Agradeço a todos que me apoiaram e me ajudaram, muito obrigado!Abaixo mais uma das séries de frases que passei a escrever.


O peito é o embrulho do coração.


(VFM)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Mais

Este cisco que me caiu no olho foi de amor?


Todos os dias eu sou meio dia.


Evitar um amor é cultivar no deserto o fruto da dor.


(VFM)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Mater Amor

Ontem foi o aniversário da minha mãe, 50 anos. Rolou festa, comes e muitos bebes, música boa, com a banda do meu irmão, e bagunça, normal da minha família. Estava com saudades disso. Aproveitei a data memorável e escrevi umas coisinhas para ela, que postarei aqui, para apreciação de todos. Enfim. PARABÉNS MAMÃE!

MATER AMOR

Minha mãe, meu pedestal celeste, minha primeira palavra quando infante, brilho dos meus olhos, me dá um beijo, apascenta meus tormentos, me diz: “Estou contigo, filho!”, pois perto de ti a vida não é de aço, tenho teu regaço; muito menos a dor não é dorida, tudo é repouso, por mais que eu ouso, sempre tenho a sua torcida, suas palavras doces, e, quem dera, se você fosse perene, minha mãe, meu universo, que sendo muito do que me representa, confesso, que você é no fundo meu centro do mundo, a divina razão da minha existência.

Há em mim memórias
D’um coração alheio,
Que me deste as glórias,
Vida, Amor, o Seio,

Unindo (as) histórias,
Que tanto eu folheio,
Entre choros, vitórias,
Em um único enleio,

Coração com Coração,
Pulsar mútuo que soe
Um especial condão.

O bem por nós ressoe,
Digo com satisfação:
Que Deus a abençoe.

(VFM)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MINICONTOS

Chama! Achei estes dois microcontos no meio de uma papelada da minha coleção. Minhã mãe fica horrorizada com tanto papel que tenho espalhado pelo quarto, alguns com uma frase, outros versos inteiros, alhures só uma palavra. Vício é complicado, mas deste eu não largo.

1- Amor Selvagem

Assim era a relação do casal:
Um dando pescoção no outro...
Mas ninguém estranhava
O amor das duas girafas.

2- Bêbado

Se abro o olho tudo roda,
Se fecho a ressaca é foda.
Por isso, continuarei bebendo.

(VFM)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Depois de um tempo sem postar a ínclita série de fragmentos notáveis, volto com um livro que muito me marcou, devido seu caráter obscuro, fúnebre e único. O livro, na verdade, é uma reunião de contos e o autor o primeiro e grande fazedor dos romances policiais. Este ano ele completaria 200 anos se estivesse vivo. Quem nunca leu, faça o favor de conhecer. Imprescindível. Salve o pai do mistério!


"As condições mentais consideradas como analíticas são, em si, pouco suscetíveis de análise. Apreciamo-las somente em seus efeitos. Delas, sabemos que são sempre, entre outras coisas, para os que as possuem em alto grau, uma fonte dos mais vivos prazeres."


Livro: Histórias Extraordinárias
Autor: Edgar Allan Poe
Conto em destaque: Os crimes da rua Morgue

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Aforismo

Teu nome ainda não secou, desceu junto com as minhas lágrimas, rolou pelos montes, regando o meu coração.


(VFM)

sábado, 3 de outubro de 2009

Frase

Gosto de falar pouco. Pequenas palavras bastam. Deixo o eco respirar por mim. Assim, baixinho, baixinho, soletro Eu te Amo.

(VFM)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Desculpe ter me ausentado, mas tive que viajar a trabalho, porém, confesso, o estro andou perdido pela cabeça. Entretanto, saiu isso hoje.

Eu guardo as palavras para que o tempo não as amasse contra os sonhos dos homens. Eu guardo as palavras sabendo que o mofo que me cobre a boca é a trincheira da vida. Eu guardo as palavras para que elas se rendam ao infinito. Por isso, é inútil dizer, eu guardo as palavras com culpa, toda culpa de amor.

(VFM)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

3 Aforismos

1 - Escrever é manter-se vivo

2 - O sucesso só é tangível quando o amor está presente

3 - Amar é perseverar


(VFM)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Inspiração

A inspiração não é delírio que se veja, é como uma borboleta, que ora nos pousa na cabeça, ora some, adeja.


(VFM)

Frase!

O sonho é o desassossego do tempo, que nunca perde o viço.


(VFM)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Indagativos

1- No amor não se brinca, é par ou ímpar?

2- Se um está triste, pra que multiplicar por dois?


(VFM)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aforismo

Que sejam as depedidas breves, pois a dor é extensa, que nem cabe num só corpo.

(VFM)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Anexim

A sorte é um instante de formigamento.


(VFM)

Lúgubre

Hoje acordei marasmado. Uma frase pelo sentimento vigente:

A sombra que me pesa os passos é a mesma que me cobre no túmulo.

(VFM)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quimera

Eu não sou mais feito de saudade. Já plantei em mim a fecunda noção da ausência. Embora possa tudo acabar agora, o que passou como lembrança, devolvo ao tempo ou para o amanhã.

(VFM)

Celeuma

Eu não sei lidar com o Amor que há em mim... E só serei feliz se me perder pelos seus encantos. De muito relutar não me achei. Talvez eu me encontre perdido, de livro em livro, incompreendido como palavra. Se por acaso eu puder descerrar o coração, tornando-o livre, e deixar minha boca molhada dizer delirante ‘Eu te amo’, creio que assim serei feliz. Enfim. No Amor eu me perco e me acho.

(VFM)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Aforismo

Poderia tudo na vida se repetir da mesma forma outra vez? Então diga que me ama com o estrondo da voz do vento e a força da boca do mar e me deseje com a verdade da alma.


(VFM)

Mais uma Frase

A cada amor, uma amante nos espreita, sempre de forma suspeita. A cada amante, um amor nos espera, com seu olhar traído de fera.

(VFM)

Ad eternum Vovó

Em homenagem

Como precisamos de elogios. Como deles, nós, evitamos falar. Em mera multidão sou ninguém, mas como, para mim, alguém pode ser tão grande e importante. Minha avó era assim. Levava-me aos mais divertidos programas, que todas as crianças me olhavam e diziam: “É um menino de sorte!”. Querer com vó é ter estrelas e navios, figurinhas raras e dois mundos na palma da mão, sonhos realizados. Tudo podia com minha avó: Fazer estripulias avulsas, sem constrangimento.

Avó é sinônimo de obesidade: “Come, netinho, come mais!” Uma desenfreada gulodice provocada. Se não fosse ela, talvez, eu não seria o continente de sabedoria e vivência – da vida- que tenho. Minha avó é mais que um retrato de infância. Minha avó, Elzira, é uma semideusa, que Deus só recolheu para que ela ficasse mais perto dele.

Avó é peça sagrada, já dizia isso desde menino. Mais... vó é imortal, senhores! O alicerce da família, nossa certeza genealógica de felicidade. Vó tem que gritar, anunciar aos ventos. Sempre carreguei nos bolsos seus ensinamentos: Grande somos nós mesmos! Vó também é reclamação: “Cuidado aí, menino!”. Quer prova maior do que a sua segurança? Vó pula distâncias, engole dores, nos salva das pequenas bagunças: “Não fui eu não, vovó!”.

Algo que aprendi é o sentimento de vó: amor puro e pleno. Bem sei que minha avó adorava a vida. Riso era adjetivo de bom dia, boa tarde e boa noite.

Perguntam sobre o infinito? Curto o universo, a alma, o átomo. Realmente é de se esconder, pois é só olhar as avós e o que mais dizer?!

“Minha avó, para muitos, não era ninguém. Mas nunca houve ninguém igual a ela".

(VFM)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mais duas Frases

Empolguei em escrever frases, espero que apreciem.

1- Quem não sente dor ao pedir desculpas? Quem não sente culpa ao pedir perdão?

2- Se eu pudesse colocar fogo em todas as mentiras do mundo, que homem se distinguiria?

(VFM)

Frase!

Um erro só cicatriza quando o ódio para de soluçar.


(VFM)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Crônica no Tribuna Lagoana

Apenas deixamos de ser criança...


Como é bom relembrar estes verdes anos e como é também tão triste. Esquecemos tantas coisas atrás do muro, feito pique-esconde, as cantigas de bom dia e boa noite, alegres e simples, os sonhos de sermos astronautas, atrizes de cinema, super-heróis dos desenhos, dos sabores muito doces, das verduras sem sabores, daqueles dias fantásticos. Apenas deixamos de ser criança?

Talvez tudo tenha sido levado junto com o vento e as pipas coloridas ou, quem sabe, continuam flutuando como nossas espaçonaves dentro das nuvens? “Olha um elefante!”, “Ali é um urso fofinho!”, assim desenhávamos no céu ensolarado, deitados na grama molhada, com os umbigos à mostra e os braços cheios de formigas bravas. Além disso, ouvíamos do tio perverso “Faz bem pras vistas!”, só para nos ver mastigando de todo tipo de inseto amargo. E quando corríamos pelas ruas, enlouquecidos, tocando a campainha dos outros, mais velozes que maratonistas, mais peraltas que os macacos em cada galho do zoológico. Bom também era voltar sujo para casa, ouvir os xingos da mãe e rir dos rolinhos na cabeça da vovó.

A vida seguia sem muitas preocupações, mas com ocupações exatas: brincar, brincar e brincar. Muito futebol, com ou sem meia, na praça, até arrancar a tampa do dedão do pé e chorar para alguém ver e nos consolar. Muitos jogos de queimada, muito cabelo queimado quando roubávamos aquela caixinha de fósforos. Bonecos e bonecas aos montes, companhias de quarto e terreiro, aventureiros de escadas, sofás e morrinhos de barro. Tempos de muitos amigos... Até imaginários!

Comidinhas? Já nos empanturramos delas, principalmente das inexistentes, bem como nos enchemos de feridas, piolhos e cataporas. O importante era se divertir e ocupar espaço e fazer barulho e deixar bagunça. Esta coleção de fatos parecia figurinhas do álbum que trocávamos com um pé de sapato do amigo, ou aquele papel de carta perfumado de outra vida.

Tudo era novo, era intenso e era de pedidos. “Mãe! Eu quero isso, mais isso e um monte daquilo”. Exigíamos a metade do universo e nada de não e senão. O certo era chato e o errado era certo e prazeroso. Não sentíamos frio, calor ou essas coisas. Quase nada nos cansava ou nos aborrecia, somente tomar banho, escovar dentes e fazer “o para casa”. A vida era muito complicada... Aos outros, os adultos. Para nós, crianças, a vida era simples, bem simples. Ainda ela continua assim, só que nos esquecemos disso, pois o simples é difícil de executar.

No entanto, mais e mais anos, pulando a corda do tempo e as casas da amarelinha, deixamos as dúvidas nos incomodar. Crescemos. A meninice se desfez e outros monstros começaram a nos assustar, sem cor nenhuma, sem que soubéssemos.

Então, as palmadas mudaram de mãos e as nossas brincadeiras foram juntas com os olhos de raios-X. Ah! Crianças, o que foi que nos aconteceu? O que fizeram de nós? Das bolinhas de gude do Saci? Tentamos reavivar as horas e muitas horas de um dia de criança. As maravilhas de uma época são nossos espelhos, que refletem e refletem as menores coisas de um único instante, que não acontece mais.

Agora, também, choramos, como antigamente...

Enfim, deixemos a bela lembrança descansar. Apenas deixamos de ser criança... Uma nova vida nos chama. Então, vamos lá!

(VFM)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Brocardo

Já que a poesia não vem...

O tédio não é estar inerte com os pensamentos, ou com o ócio além dos olhos, mas, sim, sem ninguém para compartilhar estas experiências.

(VFM)

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Prolóquio

Muitos devem achar que é fácil escrever uma frasesinha aqui e acolá. Pode até ser, mas, confesso, pra mim é bem sofrido em alguns momentos. rs

O ato impensado é, muitas vezes, ousar com a inteligência utilizando a ignorância.

(VFM)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Apotegma

Como ando ultimamente empolgado em escrever frases e/ou máximas, segue mais uma aí:


Tudo se é capaz, mesmo ao que nos é desconhecido. O impossível tem sabor e cheiro. A vontade é um sonho incorporado. O medo não perfuma, nos limita.


(VFM)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Gnoma

São as horas os labirintos do passado, os minutos as devastações do presente, os segundos o instante do poeta... O futuro eu mesmo posso duvidar.

(VFM)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Outra Frase

Quem disse que a Saudade é feita de tempo e distância? Creio que a Saudade é escolha de um coração faminto por pequenas esperanças. Saudade é distração, que hora bate aqui, hora dói ali.

(VFM)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Frase 2

A poesia é vicio d'alma, que num simples verso desencadeia o incompreensível infinito.


(VFM)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Olá! Depois de muito lucubrar sobre alvos papéis, pensar em desistir de postar aqui, de escrever alhures, descobri que o importante é não perder a prática. Mesmo que não venha nada, devemos rabiscar cousa qualquer, colocar uma palavra, um verso, uma letra, que, possivelmente, sairá algo depois, ou mesmo ficará perdido. Contudo, você praticou. Isso é que é importante. Sem mais delongas, volto com a série de pedacinhos de livros famosos, que me marcaram e toda a literatura em geral. Este livro é famoso por sua visão psicológica, seu caráter trágico e incestuoso. Quem não leu, leia!

Édipo:

Ora bem! Sê feliz, Creonte! Porque as mandastes vir até aqui, que os deuses te protejam, mais do que a mim! Onde estais vós, minhas filhinhas? Vinde ter comigo... Vinde a estas mãos... fraternas! Foram elas que, como vedes, privaram de luz os olhos, outrora tão brilhantes, de vosso pai! Eu nada via... e nada sabia, minhas filhas; mas eu vos dei a vida no mesmo seio do qual eu próprio havia nascido... E choro por vós, poruqe nunca mais vos verei, e porque penso nas amarguras que tereis de suportar pela vida além...

Livro: Rei Édipo
Autor: Sófocles

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Adejo

Caso meu coração voasse
Pediria a ele que passasse
Aonde eu tinha lembrança.
Caso assim ele te achasse,
Na sombra da esperança,
Deixai que ele pousasse,
Trêmulo de insegurança,
Como beijo em sua face.


(VFM)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mor Amor

Amo-te sempre, Amo-te além!
O que sinto não é só paixão,
É uma infinita e doce adoração,
Que jamais tive por alguém.
Só de pensar em ti eu choro.
Eu te estimo, cultuo e venero.
Dedico-me a ti porque te adoro
E excessivamente eu te quero.


(VFM)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Apenas...

Machuquei meu coração de leve.
Coloquei nele um pouco de neve,
Preparando-o prum novo amor,
Que chegará breve, muito breve...
Concorda comigo senhora Dor?


(VFM)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A procura

O Amor que eu conhecer,
Nessas tantas andanças,
Imagino-o sem o sonhar,
É feito de folha, fruto e flor,
Que cresce no desconhecido.


(VFM)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Aforismo

Uma nova forma de amor sempre pode aparecer, seja em um momento de cansaço, quando o pouso é incompreendido e a mão mal toca o mistério, ou na sua presença corpórea, como um ramo que roça, tão leve, em ritmo alegre o coração.

Uma nova forma de amor sempre pode aparecer, mas também carrega no seu bojo desventura, frustração, imprecisos risos, que turvam o copo do amor. Mas doer qualquer coração dói. O amor nem sempre é transparente, puro e salutar. A resposta, sem saber, para tanto medo ou receio do amor vindouro, é viver o instante inteiro, primeiro, e do pouco que ele for, ser tudo, como o derradeiro.


(VFM)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Frase

A gente não ama errado. Apenas não se entende a loucura do homem, que não sabe onde o amor vive e de qual lado que se está, do encontro ou da perda, do corpo ou da figura, do presente ou da memória. A gente não ama errado. O problema é que quando ele é sol, noutro é poente, quando um ama nem sempre o outro sente.
A gente, no amor, vive equivocado. Amor maldito. Coração palhaço.


(VFM)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

AMORA

A mim o lume da vida vale
Por poucas coisas delicadas.
Se me atrevo a mais perfeita
- Seja ela louvável e diamante- ,
O perfume dum alegre sonho,
O fruto que mata a saudade
E a divina felicidade do mundo,
Tu estarás, de pé, sobretudo,
Fora de qualquer verso, inigualada.


(VFM)

sábado, 15 de agosto de 2009

Bambolê

Tantos dias que eu fiquei mudo.
Inútil me foi. Nem sei porquê!
Próprio do apaixonado em tudo,
Que ama e sofre, votivo e sisudo,
Oscilando feito um bambolê.



(VFM)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

TRISTEZA

Triste, triste, triste,
A dor que existe
Em mim resiste.

Triste, triste, triste,
Ela assim insiste.
Toda dor persiste.


(VFM)

Calma

Ao dia de hoje

Quem tem o sortilégio de te amar uma vez,
O antigo amor não vive na corda do talvez.

Um amor que muito, de virtude, nos marca,
Outra mulher, de agora, coitada, não arca,

Em comprar as sombras dos nossos perigos.
Tu deténs, envelhecida, o corvo do medo.

No coração lembrança e esquecimento
São colmeias difusas com poucos amigos.

Amor nobre e duradouro, sem segredo,
"Eu Te Amo" é condensar num momento,

O mais tolo sortilégio de te amar uma vez.
Sê, quem sabe, outro, de maior altivez.

(VFM)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Desventura

Amar-te é uma grande encrenca
E de mais dura convivência,
Pois no amor - haja paciência!,
Poeta é embarcação perdida.

Na enseada, sereia transitória,
O deslumbramento, inteiramente,
Sem pressentir a tímida dor,
O canto enganado da paixão,
O poeta, transido ao Paraíso
Agreste, acha tudo luminoso.
É alma que nasce e se desprende,
Plena, eternamente terna,
Que, de repente, é negra lágrima;
Amor que louco não futura.

Amar-te é chamar o coração
De mau agouro e triste quimera.


(VFM)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

MINI CONTOS QUASE "INFANTIS"

Matutando, ontem, durante minha leitura noturna, veio a ideia de mostrar o outro lado dos Contos de Fadas, que tanto escutamos quando infantes. A verdade, às vezes, é dura e pornográfica hahahaha.

1 - Chapeuzinho Vermelho

- Nossa, Vovozinha! que boca tão grande?

- É pra te comer!

- Hum... Prefiro de quatro.


2 - Branca de Neve

- Suruba com no máximo sete, viu?!


3 - Rapunzel



- Puxe minhas tranças e me fode, vai?!


4 - Três Porquinhos

Em coro:

- Adoro "homens" carinhosos, ainda mais esse que bate e depois assopra.


5 - João e o pé de feijão



- Mãe! Troquei nossa vaca por três sementes mágicas e um boquetinho.


6 - João e Maria

A bruxa:

- Me chupem feito doce.


7 - Pinóquio



As meninas adoravam que ele mentisse, principalmente quando ele estava olhando debaixo das saias delas.


8 - Cinderela

Disse a fada madrinha:

- Você será bonita até meia-noite, então faz favor de dar para um homem rico.


9 - Bela Adormecida

Nunca vi gostar de dar dormindo!


10 - Peter Pan

- Se eu não cresço, imagina meu pau?!


11 - Aladin

- Qual o seu desejo?

- Transar durante mil e uma noites!


12 - A Bela e a Fera

Sexo bom é sexo selvagem!


13 - A Pequena Sereia

- Minha boceta não tá pra peixe não!


14 - Patinho Feio

- Feio! Mas bom de cama.



(VFM)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Buenas! Eu aqui de novo com a famosa série dos pedacinhos importantes de alguns livros que me marcaram e toda a literatura seja nacional ou internacional. Este livro de hoje abalou minha estrutura, devido ao seu caráter merencórico e, ao mesmo tempo, encantador. Com seu final trágico, que revolucionou uma época e levou muitos amantes ao destino similiar a da personagem. Outras pessoas que leram não sentiram o baque romântico deste opúsculo, mas comigo foi indelével e por isso merece sem sombra de dúvidas figurar aqui.

"E então, meu amigo? Tenho medo de mim mesmo! Meu amor por ela não é o mais fraternal, o mais santo, o mais puro dos amores? Sentiu minha alma um desejo culpável?... Não quero fazer juramentos! ... E, no entanto, estes sonhos ... Oh! como tem razão os homens que atribuem efeitos contraditórios às forças exteriores! Esta noite ... Estremeço ao dizer que a tive nos meus braços, apertada contra o peito, cobrindo-lhe de beijos sem conta a boca que balbuciava palavras de amor, meus olhos inundados pela embriaguez do seu olhar! õ Deus, serei porventura culpado de experimentar ainda tanta felicidade ao recordar, em toda a sua intensidade, essas ardentes delícias?
Carlota, Carlota!. . ."

Livro: Os sofrimentos do jovem Werther
Autor: Johann Wolfgang von Goethe

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A cadeira

Opa! Pouca Roupa! Boca Louca! Estamos aí. O estro capengando, mas continuo no labor. Achei esse poeminha no meio de um livro que há muito tempo tinha lido. Creio que falta primor na poesia, ou sei lá mais o quê. Não quis mexer muito nele para deixá-lo da forma que o concebi. É isso!

A cadeira

I

Sobre uma cadeira opaca,
Hirta, insossa, dura,
O corpo desassosegava,
Morto vivo em sepultura.

Para curá-lo do incomodo,
Na verdade, se existe cura,
Aquilo chamado agonia,
Ao corpo se junta e mistura.

De súbito, pouco a pouco,
O peso denso dos ossos
A que a carne nos veste
Pula, sacode, com esforços,

Embora a dor intrusa
A medicina até mitiga
O raquiano sem gestos
A boca, Ai!, é que diga

O sofrimento a espera?
Os braços se debruçam
Entre o monstro e o vento
Mas é uma inquietação.

A diária, depois a manhã,
À tarde e o início da noite,
Fazem da lenta labuta,
Melancólica, um açoite.

II

O assim não fazer nada,
Ou deixar fazer tudo,
Depende da vontade,
Você muda ou eu mudo?

Nesta prolixa luta,
Enfadonha, inventiva,
Acusando uma cadeira
Que nem se encontra viva.

Toda esta minha ladainha
Preenchendo o papel
Deveria ser escrita
Realmente no papel?

Todavia, é com este papel
Que não serei esquecido.
Adivinho? Ao leitor, então,
Dou-me por agradecido.


(VFM)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E se...

Bem, estimados leitores, muito estranho o que se passa comigo, mas já é de praxe a verve me abandonar por alguns momentos, dias, semanas e por aí segue. É terrível isso. É um penar de todo escritor. Creio também que temos que nos esforçar, escrever o inescrito, rasurar uma ideia, ou concepção desta. Hoje minha amiga OZ, depois de contar-lha meu padecimento, ela me veio com uma bela frase que muito me animou. Vou postá-la com um poemeto que acabei de fazer, premindo o sumo da seca inspiração.

“De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.” (Adélia Prado)


E se...

E se o coração não doesse de saudade?
E se a tristeza não fosse sentimento?
E se os anos não trouxessem senilidade?
E se a morte não fosse sofrimento?

E se a vida fosse somente felicidade?
E se o mundo fosse uma pura utopia?

E se...

Não imagino como seria tudo isto.
Existiria, assim, o diabo e o Cristo?
E se tudo acontecesse algum dia?
Eu, com certeza, não aprovaria.


(VFM)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Opa! Sumi um pouquinho, mas é porque estou sem net em casa. Volto, então, com alguns fragmentos de livros que me marcaram e devem constar na biblioteca de todos, eu indico! Já postei anteriormente um trecho desse mesmo autor e reitero com outro livro tão memorável quanto. Pra mim, sinceramente, gosto mais desse. Muita intriga, tensão, ótimas falas, que te prende do início ao fim. Leiam!


OTELO - Tanto contentamento quanto espanto me causa ver que antes de mim chegastes. Ó alegria de minha alma! Caso viesse sempre depois da tempestade semelhante bonança, poderiam soprar os ventos de acordar a morte. Que o meu barquinho escale montes de água tão altos quanto o Olimpo e, após, afunde tanto quanto distar do céu o inferno. A morte, agora, para mim seria uma felicidade, pois tão grande é a ventura que da alma se me apossa, que não pode, receio-o, reservar-me outra igual o futuro nebuloso.


Livro: Otelo, o mouro de Veneza

Autor: William Shakespeare

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dois Mini Contos

Opa! Estamos aí! Lá vai mais dois aí para fechar a semana:


Mini Contos


1 - Comida Chinesa

- Tio! Me dá um cachorro quente?
Mas um bem bonitinho.

- Pode ser um Poodle, então?


2 - Dúvida

E se as palavras comessem a boca?


(VFM)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Amor e Eclipse

Tem-se: o Amor e o Eclipse,
Bastante divergentes de graça.
Um, é a felicidade que devassa
Os amantes em convulsões.
Outro, o sinal do apocalipse,
Obnubilando os corações.
Um, é pirilampo, luz e fogo;
Outro, tristeza que logo, logo,
Apaga nossa plácida lanterna.
Mas se é Eclipse, que importa?
Mas se é Amor, abro a porta
Do princípio que você é eterna,
Seja Luz ou célere escuridão.


(VFM)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Nosso Retrato

Teu perfume se alastra pelo quarto...
Sua imagem vive presente pelos cantos,
Florindo, como flor sem pétalas, o dia.
Meus olhos murcham no tempo da sua ausência
E os livros de outono ainda tem seu nome.
Almejo tua carícia para limpar meu céu,
Como minha última esperança.
Tudo quanto é único em mim é seu.
Todo o meu coração, mesmo achado,
Feito para o milagre, se perdeu.

Teu perfume se alastra pelo quarto...
Nosso retrato, naquele instante, morreu...
Teu perfume se alastra pelo quarto...


(VFM)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Meu Amor

Ufa! Consegui terminar o tão laborioso trabalho. Agora, um tempo de Castro Alves. Vamos para a outra etapa!

Meu Amor

Meu amor, meu eterno sonho!
Meu amor, minha existência!
Meu amor, tu és um sonho?
Ou és fruto da inconsciência?
Meu amor, de ti, tenho urgência.

(VFM)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Haicais

Buenas! Há muito tempo que não escrevia Haicais. Esses dias cismei e escrevi alguns. Espero que apreciem. No mais, fim de semana dedicado a Castro Alves (aff).

Haicais
1

Longe, muito longe,
Vive o meu amor,
Só não sei onde.

2

O que será que eu tenho?
Evito te escrever,
Mas sempre te desenho.

3

Tão triste
Sorvia a tristeza
Como alpiste.

4

Como o coração, escondido,
No peito protegido,
Consegue ser sempre iludido?

5

A solidão me arrasa.
Voam os passarinhos...
Como volto pra casa?

6

Dentro de todo sim
Tem escondido
Um não no fim.

(VFM)

domingo, 26 de julho de 2009

Tortura

Confesso: Meu maior sacrifício
É ver seus olhos de abismo
E beijar sua boca em suplício.


(VFM)

sábado, 25 de julho de 2009

A Cotovia

Bom dia, Cotovia!
Não me acordaste
Nesta bela manhã.
Hoje não cantaste?
Dê-me hoje alegria,
Um beijo de cortesia,
Com sabor da romã?

Levante, Cotovia!
Cante com afã,
Ainda vê-se o dia.
Sol! Não se afaste!
Escute a cantoria
Da minha Cotovia,
Meu belo talismã!


(VFM)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

+ Mini Contos

Parece que o Twitter anda tirando a atenção dos leitores como um todo. Mesmo eles se ausentando daqui do Prosa & Glosa, não posso deixar de publicar meus escritos. Pra não perder o costume desta semana, alguns Micro Contos.

Pergunta Capciosa
- Vovô! O que é mais enrugado, você ou meu saco?

Indagação Celeste
- O que você prefere comer: o buraco de ozônio da Terra ou o rabo do Cometa?

Enquanto isso na Sala de Justiça...
Superman batia uma boa punheta antes do próximo vilão aparecer.

(VFM)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sem ti

Um poeminha:


Sem ti, - Senti uma dor infinda -,
Amado colibri, sou rascunho ainda.


(VFM)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Continuação dos Mini Contos

É... Realmente o elan anda pelo lado objetivo e simples dos nanicocontos. Agora cismei de escrevê-los. No entanto, continuo na lida com o trabalho sobre o Castro Alves. Neste, sim, preciso de uma unção plena de inspiração. Dê-me forças, Apolo!


1- Empresário Suicida

Enforcou-se com a sua gravata,
barata, após pedir concordata.

2- Vênus

Com tanta beleza
Foi morta
Pela mãe natureza.

3-

A maior cobiça
É querer comer
Uma noviça.

(VFM)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Outros Mini Contos

Como ando empolgado com meus Mini Contos, talvez pelo caráter pragmático, posto novamente outros para vocês.


Adolescência

Tinha a face da cor da rosa
E um cravo no nariz.

Filho de Peixe...

Assado ou sushi será!

Político

Cansado de votos nulos
Resolveu candidatar-se
Para o próximo túmulo.


(VFM)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Minha Crônica no Tribuna Lagoana: Sim!

Sim

Foi assim que terminou, com um “Sim!”. Ou, analisando do avesso, foi assim que começou? Não vou fazer mistério dos acontecimentos... Talvez. Explico: No fim de semana, uma coisa de impressionante tomou o meu dia a dia. Estava, cá, em Nova Era, quando comecei a refletir sobre a vida; na verdade, sobre este termo (advérbio, em alguns casos, substantivo masculino, noutros) o “Sim”. Ele querendo ou não já foi e é periodicamente falado por aí. Bilhões de bocas, odiosas e alegres, já conhecem o seu som. Cada um deve ter dito da sua forma e circunstância. Quem nunca disse um Sim na vida? Quem renega que tampe a cara com o leque da vergonha.

Há casos que dizemos de maneira forçosa, soltamos a palavra pelo vão do dente. Até parece mentirmos, mas era o intuito. Em outras situações falamos por educação, ou moda (será?). Convido cada um a sentar-se comigo e pensar demoradamente, até endoidecer, e descobrir o próprio show do Sim. Você deve estar matutando que digo asneiras, que devaneio, mas não! Passe a observar algumas coisas: como é bom ouvir estas três letrinhas quando alguém nos pede ajuda, licença, simplesmente, e porque não no perdão? Ora, ora, assim eu imaginei esta crônica, cheia de boas intenções, uma pequena perspectiva em um sorriso, pronunciando, com ternura, um Sim.

Aceita um pedaço de bolo? Aceita um beijo? Um abraço de mãe? Nem titubeio e confirmo de pronto. Claro que já disse não, mas, confesso, tenho agudo problema em dizê-lo. Ah, estimados leitores, apresento-lhes o bondoso Sim! No entanto, todo cuidado é pouco para pronunciá-lo. Não vá sair apertando, em época de eleição, o tão “inocente” Sim. Aparência não faz milagre! Às vezes um Sim pode muito bem deixar alguém triste e fazer chorar.

Para encurtar a conversa e esclarecer aonde quero chegar, esta reflexão veio à tona lá no Automóvel Clube, em um dia muito especial.

O casal vinha adiante, em êxtase, de olhares radiantes, todos os dentes a mostra, branquinhos, reflexo do vestido da noiva. Exatamente, era um casamento. Os noivos: Minha querida prima, Tarsila, e, agora seu marido, Robeílson. Passaram no meio da multidão, deixavam a alma ser beijada por todos. Creio que as pernas tremiam e o véu vinha atrás, carregando toda a emoção. O pastor fez as honras e as bênçãos. Deus colocou a mão no coração de ambos. No meu também. No final, veio a pergunta: “Você aceita ele(a) como seu legítimo esposo(a)?”. A inquietação devia estar presa na garganta. O perfume não demorou a sair: “Sim, eu aceito!”. O amor deixou-se beijar naquele momento...

Muito tempo que não ia a um casamento, pois antes, o último eu devia ter uns oito anos, pouco me importava. Mas este foi diferente. Foi aí que me dei conta e descobri a explosão de um “Sim”, que me fez chorar... E me deixou muito feliz.

Ê palavrinha surpreendente!


(VFM)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Declaração

Ao Eterno

Momentos únicos e uníssonos tenho contigo. Medos que se alastram endêmicos. A transpiração não se reestabelece, nem a noite, continua inerte e impassiva. Pensamentos quotidianos, olhar equatoriano, com admiração, os olhos fugidios. Sorriso oculto. A distância imperfeita, vaga, segunda parte da saudade, esfacela o coração ainda que em infinitos sentimentos; nada modifica a brisa que entremeia nosso caminho. Não existe admiração, mas, sim, devoção. Completude quando penso que deveria ter te enredada em minhas graças. E assim vivo, na falta, nos longos dias, alquebrado, plantando em chão infecundo. Quem poderia sobreviver assim? O desejo não fraqueja na procela indigna, mas, tu, amor, és o raio do mundo, intérprete do Amor. Hei de permanecer encantado por onde tu fores, mesmo sem horizontes. De Amor, minha face germina vida...Por tudo, amo-te!

(VFM)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mais Mini Contos

Já que estou influenciado pelo erotismo e a pornografia, devido ao meu trabalho em analisar "As mulheres e o erotismo em Espumas Flutuantes de Castro Alves", os Mini Contos têm sido influenciados pela proposta, fazer o quê! Aos pudicos acho melhor pularem o post.

1- Putinha Cega
Sempre com um olho alerta,
Pelo menos o do cu.

2- Pedófilo
Adorava foder com a Barbie na mão.

3- Orgia
- Na orelha não!

4- Casal Israelita
- Posso te Torá?
- Judia!

5- Pedido
- Namora comigo?
- Claro! Dez reais por quinze minutos.

(VFM)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Mini Contos

Caríssimos leitores! Preciso duma ajuda docês: Quando não se tem inspiração pra nada, o que fazer com o vácuo? Que assunto vazio abordar? Estou tão atolado de cousas do Mestrado pra pensar que não sei por onde começa o nó e termina o pescoço. Tá osso!

Mini Contos:

1 - Notícia
A Puta que pariu!

2- Dívida
- Me fode! Me fode!
- Pode deixar, estou sem dinheiro mesmo.

3- Labuta
- Hoje estou sem tesão.
- Maldito trabalho na zona!

4- Excêntrico
- Amor! Me faz gozar?
- Claro! O que quer que eu faça?
- Fico mais excitado quando você
Enfia o dedo no meu nariz.

5 - Atriz
- Nunca ganhei tanto dinheiro!
Vou fazer mais filmes com 300.

6- Mor Amor
Adorava sua mulher.
Por isso fazia questão
De gozar precocemente.

7- Solução
Conseguiu esquecer a Aurora
fodendo a Noite.

8- Investimento
Tomou no cu inúmeras vezes,
Pois assim lucrava mais.

9- Equilíbrio
Era péssima garçonete.
Odiada pela família.
Feia e gorda.
Mas fodia gostosinho.

10- Convergência Tecnológica
Cansou de vibradores,
Resolveu tentar com pen-drives.

11- Traidora
- Como é que você foi dar para ele?
- É a minha profissão, ora!

12- Feto Ninfomaníaco
Como não tinha pinto,
Masturbava com o cordão umbilical.

13- Swing
- Me come assim, amor! Vai!
- Me desculpe, mas seu marido
Está na sala ao lado.

(VFM)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Depois de uma sumida, ida , ida, ida para algum lugar, ou sem lugar, chego com a mais famosa série deste blog. Confesso que ultimamente a verve anda me abandonando, creio que a perdi num bar. Estou atrás dela. Dureza da natureza. O fragmento de hoje é de um livro que me cativou pela forma audaciosa e, principalmente, erótica do texto. A história dos mancebos baianos.

"O menino era uma tentação por demais grande. Nem parcia um meio-dia de inverno. O sol deixava cair sobre as ruas uma claridade macia, que não queimava, mas cujo calor acariciava como a mão de uma mulher. No jardim próximo as flores desabrochavam em cores. Margaridas e onze-horas, rosas e cravos, dálias e violetas. Parecia haver na rua um perfume bom, muito sutil, que Pirulito sentia entrar nas suas narinas e como que embriagá-lo."

Livro: Capitães de Areia

Autor: Jorge Amado

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Arte com Poesia

Adorei o que a OZ fez com um poema meu, até já o postei anteriormente, mas como ficou bacana a junção, vale a pena postar novamente.

Wordle: REVERSO

Crise (?)


Hoje, após ler alguns comentários, blogs alheios e vivenciar o acontecimento, entrei num dilema, o famoso: estou entre Cilas e Caríbdis. Percebi, de fato, que o tal do Twitter está modificando a internet. Já cheguei um pouco tardio com meus escritos a um blog, já fiz o meu Twitter (http://twitter.com/ProsaeGlosa), mas a questão: O Twitter vai findar com os blogs? O que eu faço com o quê? Creio que não, mas que o TW está tirando o foco e a atenção, isso está! Enfim, vou pensando e tentando mobiliar as cousas nos 2. Vamos ver no que dá!


É isso!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Precisa-se!

Então, caríssimos, escrevi este "poeminha", mas na verdade pensei nele como uma música. Ainda não tem nome, ah!, também nem sei se dá para musicar isso. Mas, tá aí. Caso queiram me ajudar num nome (Precisa-se), fiquem a vontade, puxem a cadeira, falem sem pingos.

(Sem Título, por ora)

Ele sonha e presume,
Que a dama de setembro,
Canta para se escutar.
Ele acha o perfume
Que a dama de setembro
Tem vem pro seu lar.
Assim ele vive contente
E muito além, satisfeito,
De tudo o que ele sente
Para ele não foi feito.
Para ele não foi feito.

(VFM)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Etimologia

Opa! Opa! Opa! De novo aqui no Prosa & Glosa trago as palavras do Márcio Bueno sobre a "A origem curiosa das palavras". Apesar de ter sido meu quarto devastado pelo furacão da arrumação (adorava minha bagunça "organizada"), não sei muito bem por onde andam meus livros, meus compêndios, artigos, ensaios, opúsculos etcetera e tal. Com o tempo, assim espero, vou localizando. Enfim, apesar de estar me sentindo num outro mundo, dentro do meu próprio quarto, vai aí algumas informações detrás da fechadura para vocês.

EUNUCO: Homem castrado que, no Oriente, tinha o ofício de guardar, ou proteger, as mulheres de um harém. Eles eram castrados para que jamais sentissem nem vontade de extrapolar suas funções. A origem remota é o grego "eunoûchos" (guardião da cama, guardião de mulheres), palavra formada pelos elementos "euné" (leito) e "échein" (guardar). Mesmo assim não confiaria meu harém a ele hahahahahaha.

GRAVATA: Vem do francês "cravate". Nos séculos XVII e XVIII, até a Revolução, o Exército francês contou um regimento de cavalaria formado por mercenários croatas conhecidos como Royale-Cravate. Os soldados desse regimento usavam uma tira de pano pendurada ao pescoço, que passou a ser chamada também de "cravate", o que deu origem à denominação da nova peça de uma indumentária.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ausência

Caso te chamo Ausência,
Brilho de léguas e léguas,
Te entendo como Solidão.
Tenha de mim Clemência,
Tenha por mim Comoção.

Caso te chamo Ausência
É porque criei a Distância.
Engana-me o teu Perfume,
Fruta da Maleficência,
Saudade com Azedume.

Caso te chamo Ausência,
Lábio invisível do Silêncio,
É sabendo da tua Presença,
Já que a tua Reincidência
Traz sempre Desavença.

Caso te chamo Ausência
(Por mais quanto Tempo?)
É por não ter Personificação.
Caso te chamo Carência
É por faltar-lhe um Coração.


(VFM)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Nostalgia

Como é bom voltar às raízes,
Rever os caminhos d'outrora,
Visitar as caras meretrizes,
Revivendo o tempo; embora
Esteja a memória enrugada,
A face, ao longe, desfigurada,
Os antigos amores, infelizes,
Vivendo apagados aí afora...
Todo enigma da vida, agora,
São lembranças em crises,
Histórias saindo de valises.
Como é bom voltar às raízes...(?)


(VFM)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Resposta

Como Deus, queria o Mundo.
Como Poeta, queria a Lua.
Como Homem, queria o Amor.
Por fim, ganhou a Incerteza.



(VFM)

terça-feira, 30 de junho de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Em cena, hoje, um romance um tanto quanto metafísico, um tanto quanto hilário, um tanto quanto excelente! Conheci a obra desta autora por meio deste livro e logo depois quis ler outras obras dela. Muito me encantou. Com suas análises de mundo e suas percepções psicológicas da vida, suas histórias fazem você pensar. Eu aconselho a saga de Macabéia!

"Ela nascera com maus antecedentes e agora parecia uma filha de um não-sei-o-quê com ar de se desculpar por ocupar espaço. No espelho distraidamente examinou de perto as manchas no rosto. Em Alagoas chamavam-se 'panos', diziam que vinham do fígado. Disfarçava os panos com grossa camada de pó branco e se ficava meio caiada era melhor que o pardacento. Ela toda era um pouco encardida pois raramente se lavava. De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente, embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio."

Livro: A Hora da Estrela
Autora: Clarice Lispector

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Meu Tempo

Se dizem: ter paciência é esperar
As vagas ondulações do tempo;
Levai-me para longe esperança,
Pois eu não tenho mais tempo.

Se dizem: é preciso ter calma
Ao broto da hora e do vento.
Meu amor não se quer acalma,
Até contar minutos eu tento.

Se dizem: um segundo mais
O dia é tão curto e foge lépido.
Não me consola a luz da lua,
Nem o rumor do astro tépido.

Se dizem: é chegado o instante
De lavrar o coração... Avança!
Corra! Clareie a visão da vida.
Ame como se ama uma criança.


(VFM)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Crepúsculo da Saudade

Há coisa mais triste
Do que ver o sol posto?
Se a saudade existe
O poente é o meu rosto.


(VFM)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

MINI CONTOS

1- Felação Metálica

- A camisinha arrebentou!

- Maldito aparelho dentário.


2- Papai?

- Mãeeee! Cadê o papai?

E a puta:

- Uminuto, filhinho.
Próximo! Olha ele aí!


3- Promoção

- O que o senhor deseja?

- Três posições diferentes e um boquetinho.

-Aceitamos Visa e Mastercard!


4- Outro dia

Quando acordou, sorriu,
Pois pela primeira vez
A puta ainda estava ali.


5- Filme Pornô

Ai! Ui!
Vai! Fui!


6- Xeique

- Você aceita Sarah como sua quinquagésima primeira esposa?


7- Sadomasoquista

- Não chupa, porra! Morde!


8- Revolta

A puta:

- Perdi minha esquina!
Agora vou dar pra qualquer um na reta.


9- Pedido de Demissão


"Prezados senhores clientes, após trabalhar por mais de dez anos, com tanta dedicação, onanismo, felação, frango assado, de forma prazerosa, atendendo a todos os pedidos, gostaria de informar que me demito. Já estou farta de tanto pau murcho.

Atenciosamente,

Fabíola, a puta.


(VFM)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

CONFISSÃO DE UMA NOITE

Para um Amor que me aguarda na moldura do mar


O que eu mais queria era estar agora velando seu sono. Pensei, demoradamente, naquele minuto de urgência, só para dizer que já te amo. Seria esta a palavra certa para tal sentimento? Pouco importa, pois a imaginação é ampla e o seu perfume ainda mais penetrante. Arrependimento? Deixo-o guardado a negra face do medo, ou recôndito no estômago dos fracos. Já pensei em tudo, e de tudo e não cabe em um abraço, desses que o coração resplandece, suando todas as aspirações do amor. Isto é pouco. Beijo-te? Não... Isto é pouco. É como oscular o semblante sagrado; algo como intocável pelos meus pecados, ou demasiadamente simples para a sua imensidão. O tempo se esvai e não consigo me mover. Completa-se uma hora que te olho intermitentemente, sem menear um olhar, ou a sôfrega boca. Contemplo-te. Lá está você, entorpecida e angelical, semelhante ao mistério da aurora. Confesso-me? Bato na aldrava da boca e lanço, com desvelo, a chama infinita, só para tentar aquecer seu corpo, ou apascentar teus sonhos. Eu queria lhe falar agora, neste átimo do sentimento infrene, AMO-TE!, rasgando o véu que a noite lhe põe. Há-de ser assim, matando meus lábios antes que outro venha indiscreto e a deseje. No entanto, a tolice me empalidece, afogo-me no relento do silêncio e lá a frouxidão se alastra.

Preciso fugir deste torvo abismo. É só pensar em ti e uma harpa reboa. O cântico da paixão, tão vivo, tão hino, devolve-me o rubor e a virtude. Todo palor, todo pavor, evapora. Continuas dormindo, não percebes o que passo. Uma simples frase referve toda uma atitude e me coloca a balbuciar. Solto, timidamente, pueril, letra após letra, elevando-te ao céu. Tento não abalar teu sono. Roço teu rosto com minhas trêmulas mãos, padecem frias, mas guardam todo o carinho inefável de uma poesia. Tremes um pouco. Balouça como se a brisa fosse sua rede. Recuo. Ponho, então, meu lábio rude sobre o seu róseo estandarte real. Ao contato, uma luz, um calor, desprende-se. Sinto minh'alma acordar. O coração se rejubila. Como a Lua, afundo no estático horizonte para dar liberdade ao Sol. Meu lábio se aquece em ouro. Estou completo. Perdido. Atônito. Esqueço a chuva de tormentos que não cessava de me amarrotar. Não desejo te acordar. Não mereces. Eu te mereço?... Fico pouco mais que um minuto, suavemente, imergido na casta concha dos teus lábios. Esquivo. Bebo o cálix da coragem. Destino meu barco as tuas páginas do som, teu espaço dos pássaros e da música celeste. Manso. Segredando. Iço minhas velas de intentos e ideais. Por fim, deixo minha página de Amor, resumida, na fonte da Felicidade, que ali eu entrevia, escrita para ser lida e relida: EU TE AMO!

(VFM)