A frase escolhida faz parte do livro "Romanceiro da Inconfidência" escrito pela poetisa Cecília Meireles: Não posso mover meus passos por esse atroz labirinto.
“Não posso mover meus passos por esse atroz labirinto...” Foram as únicas palavras que o nobre Aedo conseguiu escrever. Já madurava por um período secular o desafio, frente aos seus pensamentos. Já tinha ouvido outras histórias sobre o hiato desta vasta construção, formada com dedicação e esmero. “Sê Intrépido”, dizia no portal das suas ideias. Tinha bons motivos para honrar sua competência, pois as escassas palavras se destinavam ao seu maior amor.
A resposta não tardou em chegar, veio em velas brancas, na fronha do mar. “Há de lograr todo o êxito e glória e se notabilizará por seus feitos para a história, amor meu!”. A missiva carregava os olores de uma primavera e a lágrima, como um beijo, pontuava o final do texto.
Não havia escapatória. Imaginava o duelo a se travar, a faina que o aguardava. Zéfiro ciciavaem seus ouvidos. Todos os olhos politeístas estavam dedicados a ele. Não hesitou. Muito vagou, entre Cilas e Caríbdis. Sonhava se eternizar assim como outros heróis e poetas de sua pátria. Chegou ao seu destino.
Eis que vislumbra a pugna. Sua amada o aguardava para auxiliá-lo. O medo afagou seu corpo por três vezes. Caminhou em direção as aleias poéticas, arrastando seu enorme escudo da inspiração. Osculou sua musa e partiu. A sorte se esvaia a cada passo. Durou horas perdido. Foi quando o que menos esperava aconteceu. Lá estava a sombra bafejando o seu semblante. Descomunal. Atro. O Minotauro veio, célere, enfurecido, para matá-lo com um só golpe. Errou. Como um toureiro, esmagou o crânio da besta e este beijou o chão e bebeu do seu sangue. O herói estava formado. Voltou através da linha do amor, júbilo. Saiu esbaforido. Foi beijado incessantemente. Venceu seu maior medo.
Regressou a sua terra com as palavras de Ariadne vociferadas no ar: “Venceu. Venceu. Venceu, este é o herói Teseu.”
(VFM)
“Não posso mover meus passos por esse atroz labirinto...” Foram as únicas palavras que o nobre Aedo conseguiu escrever. Já madurava por um período secular o desafio, frente aos seus pensamentos. Já tinha ouvido outras histórias sobre o hiato desta vasta construção, formada com dedicação e esmero. “Sê Intrépido”, dizia no portal das suas ideias. Tinha bons motivos para honrar sua competência, pois as escassas palavras se destinavam ao seu maior amor.
A resposta não tardou em chegar, veio em velas brancas, na fronha do mar. “Há de lograr todo o êxito e glória e se notabilizará por seus feitos para a história, amor meu!”. A missiva carregava os olores de uma primavera e a lágrima, como um beijo, pontuava o final do texto.
Não havia escapatória. Imaginava o duelo a se travar, a faina que o aguardava. Zéfiro ciciava
Eis que vislumbra a pugna. Sua amada o aguardava para auxiliá-lo. O medo afagou seu corpo por três vezes. Caminhou em direção as aleias poéticas, arrastando seu enorme escudo da inspiração. Osculou sua musa e partiu. A sorte se esvaia a cada passo. Durou horas perdido. Foi quando o que menos esperava aconteceu. Lá estava a sombra bafejando o seu semblante. Descomunal. Atro. O Minotauro veio, célere, enfurecido, para matá-lo com um só golpe. Errou. Como um toureiro, esmagou o crânio da besta e este beijou o chão e bebeu do seu sangue. O herói estava formado. Voltou através da linha do amor, júbilo. Saiu esbaforido. Foi beijado incessantemente. Venceu seu maior medo.
Regressou a sua terra com as palavras de Ariadne vociferadas no ar: “Venceu. Venceu. Venceu, este é o herói Teseu.”
(VFM)
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