segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Outra Frase

Quem disse que a Saudade é feita de tempo e distância? Creio que a Saudade é escolha de um coração faminto por pequenas esperanças. Saudade é distração, que hora bate aqui, hora dói ali.

(VFM)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Frase 2

A poesia é vicio d'alma, que num simples verso desencadeia o incompreensível infinito.


(VFM)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Olá! Depois de muito lucubrar sobre alvos papéis, pensar em desistir de postar aqui, de escrever alhures, descobri que o importante é não perder a prática. Mesmo que não venha nada, devemos rabiscar cousa qualquer, colocar uma palavra, um verso, uma letra, que, possivelmente, sairá algo depois, ou mesmo ficará perdido. Contudo, você praticou. Isso é que é importante. Sem mais delongas, volto com a série de pedacinhos de livros famosos, que me marcaram e toda a literatura em geral. Este livro é famoso por sua visão psicológica, seu caráter trágico e incestuoso. Quem não leu, leia!

Édipo:

Ora bem! Sê feliz, Creonte! Porque as mandastes vir até aqui, que os deuses te protejam, mais do que a mim! Onde estais vós, minhas filhinhas? Vinde ter comigo... Vinde a estas mãos... fraternas! Foram elas que, como vedes, privaram de luz os olhos, outrora tão brilhantes, de vosso pai! Eu nada via... e nada sabia, minhas filhas; mas eu vos dei a vida no mesmo seio do qual eu próprio havia nascido... E choro por vós, poruqe nunca mais vos verei, e porque penso nas amarguras que tereis de suportar pela vida além...

Livro: Rei Édipo
Autor: Sófocles

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Adejo

Caso meu coração voasse
Pediria a ele que passasse
Aonde eu tinha lembrança.
Caso assim ele te achasse,
Na sombra da esperança,
Deixai que ele pousasse,
Trêmulo de insegurança,
Como beijo em sua face.


(VFM)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mor Amor

Amo-te sempre, Amo-te além!
O que sinto não é só paixão,
É uma infinita e doce adoração,
Que jamais tive por alguém.
Só de pensar em ti eu choro.
Eu te estimo, cultuo e venero.
Dedico-me a ti porque te adoro
E excessivamente eu te quero.


(VFM)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Apenas...

Machuquei meu coração de leve.
Coloquei nele um pouco de neve,
Preparando-o prum novo amor,
Que chegará breve, muito breve...
Concorda comigo senhora Dor?


(VFM)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A procura

O Amor que eu conhecer,
Nessas tantas andanças,
Imagino-o sem o sonhar,
É feito de folha, fruto e flor,
Que cresce no desconhecido.


(VFM)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Aforismo

Uma nova forma de amor sempre pode aparecer, seja em um momento de cansaço, quando o pouso é incompreendido e a mão mal toca o mistério, ou na sua presença corpórea, como um ramo que roça, tão leve, em ritmo alegre o coração.

Uma nova forma de amor sempre pode aparecer, mas também carrega no seu bojo desventura, frustração, imprecisos risos, que turvam o copo do amor. Mas doer qualquer coração dói. O amor nem sempre é transparente, puro e salutar. A resposta, sem saber, para tanto medo ou receio do amor vindouro, é viver o instante inteiro, primeiro, e do pouco que ele for, ser tudo, como o derradeiro.


(VFM)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Frase

A gente não ama errado. Apenas não se entende a loucura do homem, que não sabe onde o amor vive e de qual lado que se está, do encontro ou da perda, do corpo ou da figura, do presente ou da memória. A gente não ama errado. O problema é que quando ele é sol, noutro é poente, quando um ama nem sempre o outro sente.
A gente, no amor, vive equivocado. Amor maldito. Coração palhaço.


(VFM)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

AMORA

A mim o lume da vida vale
Por poucas coisas delicadas.
Se me atrevo a mais perfeita
- Seja ela louvável e diamante- ,
O perfume dum alegre sonho,
O fruto que mata a saudade
E a divina felicidade do mundo,
Tu estarás, de pé, sobretudo,
Fora de qualquer verso, inigualada.


(VFM)

sábado, 15 de agosto de 2009

Bambolê

Tantos dias que eu fiquei mudo.
Inútil me foi. Nem sei porquê!
Próprio do apaixonado em tudo,
Que ama e sofre, votivo e sisudo,
Oscilando feito um bambolê.



(VFM)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

TRISTEZA

Triste, triste, triste,
A dor que existe
Em mim resiste.

Triste, triste, triste,
Ela assim insiste.
Toda dor persiste.


(VFM)

Calma

Ao dia de hoje

Quem tem o sortilégio de te amar uma vez,
O antigo amor não vive na corda do talvez.

Um amor que muito, de virtude, nos marca,
Outra mulher, de agora, coitada, não arca,

Em comprar as sombras dos nossos perigos.
Tu deténs, envelhecida, o corvo do medo.

No coração lembrança e esquecimento
São colmeias difusas com poucos amigos.

Amor nobre e duradouro, sem segredo,
"Eu Te Amo" é condensar num momento,

O mais tolo sortilégio de te amar uma vez.
Sê, quem sabe, outro, de maior altivez.

(VFM)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Desventura

Amar-te é uma grande encrenca
E de mais dura convivência,
Pois no amor - haja paciência!,
Poeta é embarcação perdida.

Na enseada, sereia transitória,
O deslumbramento, inteiramente,
Sem pressentir a tímida dor,
O canto enganado da paixão,
O poeta, transido ao Paraíso
Agreste, acha tudo luminoso.
É alma que nasce e se desprende,
Plena, eternamente terna,
Que, de repente, é negra lágrima;
Amor que louco não futura.

Amar-te é chamar o coração
De mau agouro e triste quimera.


(VFM)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

MINI CONTOS QUASE "INFANTIS"

Matutando, ontem, durante minha leitura noturna, veio a ideia de mostrar o outro lado dos Contos de Fadas, que tanto escutamos quando infantes. A verdade, às vezes, é dura e pornográfica hahahaha.

1 - Chapeuzinho Vermelho

- Nossa, Vovozinha! que boca tão grande?

- É pra te comer!

- Hum... Prefiro de quatro.


2 - Branca de Neve

- Suruba com no máximo sete, viu?!


3 - Rapunzel



- Puxe minhas tranças e me fode, vai?!


4 - Três Porquinhos

Em coro:

- Adoro "homens" carinhosos, ainda mais esse que bate e depois assopra.


5 - João e o pé de feijão



- Mãe! Troquei nossa vaca por três sementes mágicas e um boquetinho.


6 - João e Maria

A bruxa:

- Me chupem feito doce.


7 - Pinóquio



As meninas adoravam que ele mentisse, principalmente quando ele estava olhando debaixo das saias delas.


8 - Cinderela

Disse a fada madrinha:

- Você será bonita até meia-noite, então faz favor de dar para um homem rico.


9 - Bela Adormecida

Nunca vi gostar de dar dormindo!


10 - Peter Pan

- Se eu não cresço, imagina meu pau?!


11 - Aladin

- Qual o seu desejo?

- Transar durante mil e uma noites!


12 - A Bela e a Fera

Sexo bom é sexo selvagem!


13 - A Pequena Sereia

- Minha boceta não tá pra peixe não!


14 - Patinho Feio

- Feio! Mas bom de cama.



(VFM)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Buenas! Eu aqui de novo com a famosa série dos pedacinhos importantes de alguns livros que me marcaram e toda a literatura seja nacional ou internacional. Este livro de hoje abalou minha estrutura, devido ao seu caráter merencórico e, ao mesmo tempo, encantador. Com seu final trágico, que revolucionou uma época e levou muitos amantes ao destino similiar a da personagem. Outras pessoas que leram não sentiram o baque romântico deste opúsculo, mas comigo foi indelével e por isso merece sem sombra de dúvidas figurar aqui.

"E então, meu amigo? Tenho medo de mim mesmo! Meu amor por ela não é o mais fraternal, o mais santo, o mais puro dos amores? Sentiu minha alma um desejo culpável?... Não quero fazer juramentos! ... E, no entanto, estes sonhos ... Oh! como tem razão os homens que atribuem efeitos contraditórios às forças exteriores! Esta noite ... Estremeço ao dizer que a tive nos meus braços, apertada contra o peito, cobrindo-lhe de beijos sem conta a boca que balbuciava palavras de amor, meus olhos inundados pela embriaguez do seu olhar! õ Deus, serei porventura culpado de experimentar ainda tanta felicidade ao recordar, em toda a sua intensidade, essas ardentes delícias?
Carlota, Carlota!. . ."

Livro: Os sofrimentos do jovem Werther
Autor: Johann Wolfgang von Goethe

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A cadeira

Opa! Pouca Roupa! Boca Louca! Estamos aí. O estro capengando, mas continuo no labor. Achei esse poeminha no meio de um livro que há muito tempo tinha lido. Creio que falta primor na poesia, ou sei lá mais o quê. Não quis mexer muito nele para deixá-lo da forma que o concebi. É isso!

A cadeira

I

Sobre uma cadeira opaca,
Hirta, insossa, dura,
O corpo desassosegava,
Morto vivo em sepultura.

Para curá-lo do incomodo,
Na verdade, se existe cura,
Aquilo chamado agonia,
Ao corpo se junta e mistura.

De súbito, pouco a pouco,
O peso denso dos ossos
A que a carne nos veste
Pula, sacode, com esforços,

Embora a dor intrusa
A medicina até mitiga
O raquiano sem gestos
A boca, Ai!, é que diga

O sofrimento a espera?
Os braços se debruçam
Entre o monstro e o vento
Mas é uma inquietação.

A diária, depois a manhã,
À tarde e o início da noite,
Fazem da lenta labuta,
Melancólica, um açoite.

II

O assim não fazer nada,
Ou deixar fazer tudo,
Depende da vontade,
Você muda ou eu mudo?

Nesta prolixa luta,
Enfadonha, inventiva,
Acusando uma cadeira
Que nem se encontra viva.

Toda esta minha ladainha
Preenchendo o papel
Deveria ser escrita
Realmente no papel?

Todavia, é com este papel
Que não serei esquecido.
Adivinho? Ao leitor, então,
Dou-me por agradecido.


(VFM)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E se...

Bem, estimados leitores, muito estranho o que se passa comigo, mas já é de praxe a verve me abandonar por alguns momentos, dias, semanas e por aí segue. É terrível isso. É um penar de todo escritor. Creio também que temos que nos esforçar, escrever o inescrito, rasurar uma ideia, ou concepção desta. Hoje minha amiga OZ, depois de contar-lha meu padecimento, ela me veio com uma bela frase que muito me animou. Vou postá-la com um poemeto que acabei de fazer, premindo o sumo da seca inspiração.

“De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.” (Adélia Prado)


E se...

E se o coração não doesse de saudade?
E se a tristeza não fosse sentimento?
E se os anos não trouxessem senilidade?
E se a morte não fosse sofrimento?

E se a vida fosse somente felicidade?
E se o mundo fosse uma pura utopia?

E se...

Não imagino como seria tudo isto.
Existiria, assim, o diabo e o Cristo?
E se tudo acontecesse algum dia?
Eu, com certeza, não aprovaria.


(VFM)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fragmentos e Poemas Memoráveis

Opa! Sumi um pouquinho, mas é porque estou sem net em casa. Volto, então, com alguns fragmentos de livros que me marcaram e devem constar na biblioteca de todos, eu indico! Já postei anteriormente um trecho desse mesmo autor e reitero com outro livro tão memorável quanto. Pra mim, sinceramente, gosto mais desse. Muita intriga, tensão, ótimas falas, que te prende do início ao fim. Leiam!


OTELO - Tanto contentamento quanto espanto me causa ver que antes de mim chegastes. Ó alegria de minha alma! Caso viesse sempre depois da tempestade semelhante bonança, poderiam soprar os ventos de acordar a morte. Que o meu barquinho escale montes de água tão altos quanto o Olimpo e, após, afunde tanto quanto distar do céu o inferno. A morte, agora, para mim seria uma felicidade, pois tão grande é a ventura que da alma se me apossa, que não pode, receio-o, reservar-me outra igual o futuro nebuloso.


Livro: Otelo, o mouro de Veneza

Autor: William Shakespeare