quarta-feira, 30 de novembro de 2011



Fico a salivar no corpo de um poema inteiro, quando ele está nu e as palavras não lhe cobrem teus lírios. O silêncio do teu verso me fez te amar e a terra lírica em que vive é um canteiro que o poeta te semeou.



(VFM)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cuidava das lágrimas no seio pluvial dos olhos

Cuidava das lágrimas no seio pluvial dos olhos.
Medicava o silêncio cobrindo de nuvens a lembrança do espelho morto,
Que ainda, maduro, refletia as dores do seu rosto.
Para cada gota um sintoma derramado na ventania.
No azulejo das mãos a sombra do pranto transparecia
a sede opaca.
E antes de fechar em trevas o olhar do infinito, deixo a
Lágrima mais doente, curvada na sua mortalidade ácida,
Atravessar a íntima fatuidade do teu destino.

(VFM)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Concha

A respiração do mar…
O azul que em si flutua…
Nos seus frisos, uma maresia alada.
E assim, ela guarda as ondas côncavas,
Como um amor mineral.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O QUARTO

Na alcova do teu corpo
Você vive iluminada.
Eu chego morno,
As vestes escancaradas.
Cubro-me com o lenço da tua boca,
Deito palavras na papoula do seu sexo,
E antes de mais nada,
Apaguemos a luz!
Deixemos o caos em nossas mãos, entreabertas.


(VFM)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Frase


No açude dos olhos, onde as lágrimas dormem, a alma se afoga.

(VFM)

Versificado


Estende o sorriso no varal da boca, sacode uma palavra, tenta secar uma rima. Na brisa da língua, que vem com a maresia da frase de ontem, a morna tarde do teu beijo em verso cotidiano.


(VFM)

Tenho guardado nos meus lábios ditos de todos os sábios: o Amor é com um pássaro: têm penas quando a saudade lhe encolhe de frio o corpo, asas para alcançar um sonho e buscá-lo, e canta, e pia, a velha cantiga: “Eu te amo, Eu te amo”.


(VFM)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Périplo

Tudo estava tão céu para a caminhada dos pássaros,
Que as árvores eram escuridão inóspita.
As penas que caíam, semanas a fio, assobiavam
Ternas palavras de paciência.
Tudo estava tão céu para a caminhada dos pássaros,
Que todo voo, ao avançar no desencontro do vento,
Punha uma legenda no ar.


(VFM)

BOB

Uma divertida animação.

BOB from Jacob Frey on Vimeo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

TEMPO

Meu relógio morreu!
E agora, Tempo?
Para onde vamos?
“O destino é teu,
Cada um é seu
Nostradamus”.


(VFM)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Sadomasoquista

Quero o chicote da tua língua sobre meu ventre,
Quero o soco dos teus lábios no meu sexo quente,
Quero acordar com laivos da tua saliva e me lembrar,
Com dores, que ontem você esteve aqui presente.
O teu perfume me agride, me deixa dormente.


(VFM)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Incêndios

E se meu destino for crepitar nas angústias
Quero que ele vista luto, e o amor venha de negro,
Pois é entre chamas que quero morrer em ti.


(VFM)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Consideração do Poema

Personalidades leem poemas de Drummond. Em comemoração dos seus 109 anos, caso estivesse ainda entre nós.



Consideração do Poema from mira filmes on Vimeo.

Salva-vidas

A bordo do Poema
Os marujos versos
Navegam.
O Poeta segue nas
Ondas das páginas,
Afogando
Sua inspiração
Nas espumas do
Papel.
O Leitor joga
A âncora dos dedos
E o bote dos olhos
Para salvar
A Poesia.



(VFM)