En mi estantería
Usted estaba perdida en las páginas
Que no puedo recordar.
Pero sé que mi amor
Te hace con estas palabras
Raras que te cubrirá, reclusa.
Estou esgotado igual ao relógio da madrugada.
Mascarava a dor dos olhos com ponteiros,
Ela, madrugada, estava com pupilas pecadoras;
E a noite cega não enxergava nossa hora de figos;
Mas a palavra viva no tanger do sol,
Gérmen do dia, em verso, marcava nosso hora,
No tempo certo, e como flor de alma, se fechou.
Há quem bendiga.
Eu mendigo
Alguns dobrões
Para virar as esquinas.
***
ANTIPOÉTICO
Ninguém conhece minha poesia,
Assim como meu partido
Amor-Político.
Eu sempre os afogo
Nas entrelinhas
De um peixe
Que jamais pescaria.
***
POESIA?
Fazer Poesia
É tão fácil
Que té o pássaro
Mais ágil
Faz.
Então, tentas voar.
Mattos Algures (19xx-desconhecido) foi um poeta português de nascimento duvidoso. Nasceu? Não se sabe, mas reza a procissão da lenda que morreu entre o solo e os galhos da sua mãe, prematuramente, e foi encontrado sobre alguma sombra, coberto de folhas que rabiscou com seu vagido e o lápis seco da língua. Seus poemas ainda pouco conhecidos e por muito tempo censurados só agora vieram à tona.