quinta-feira, 31 de maio de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

Solitude

Eu vou mastigando a solidão,
Óbolo silencioso da vida,
Na palma da alma da tua mão,
E o miolo da despedida
É de saudade e sangue e pão.

(VFM)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

MINICONTO

Morte Gramatical

"Era um bom sujeito...", na oração dizia, em prantos, o amigo predicado.

(VFM)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Drummondiano

No Poeta cabem todos os disfarces.
É como disse Drummond:
O Poeta é um poema de sete faces.

(VFM)

terça-feira, 22 de maio de 2012

HAICAIS

O silêncio caminha soturno,
O luar vigia
Os sonhos, guarda-noturno.

*

Na noite, um vulto: humano?
Sem contornos, vaga
Um coração cheio de dano.

*

Vejo caída na calçada
Minha lágrima
Totalmente petrificada.

*

De longe ele escuta uma voz,
E a morte lho diz:
"Fale baixo, não estamos a sós.

(VFM)

HAICAI

Para cerrar las ventanas de la noche
Las manos del bohemio sol
Juegan com la luna como un fantoche.

(VFM)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Entre las palabras

En mi estantería
Usted estaba perdida en las páginas
Que no puedo recordar.
Pero sé que mi amor
Te hace con estas palabras
Raras que te cubrirá, reclusa.

 (VFM)

Madrugada

Estou esgotado igual ao relógio da madrugada.
Mascarava a dor dos olhos com ponteiros,
Ela, madrugada, estava com pupilas pecadoras;
E a noite cega não enxergava nossa hora de figos;
Mas a palavra viva no tanger do sol,
Gérmen do dia, em verso, marcava nosso hora,
No tempo certo, e como flor de alma, se fechou.

(VFM)

Abismo

Tão só
O abismo,
Que,
Misericordioso,
Eu cai
De encantos,
Tão só.

(VFM)

Sol

Tenho as mãos azeitonadas
De sol, árvore cálida em selva.
Os teus frutos, que não pude guardar,
O galo colheu.

(VFM)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

QUADRA

O cais estava deserto
E o barco da tua boca
Estava longe, por certo,
Longe, bem longe e perto.

(vfm)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

quarta-feira, 9 de maio de 2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

Idade da Pedra

O amor bruto ali medra,
Sexo Neandertal,
Sobre a cama de pedra.

(VFM)

NANICONTO

Lavadeira 2

Todos os dias ia trabalhar no Congresso Nacional e voltava com a mesma impressão:
- Uma cambada de trouxas!

(VFM)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

3 Poemas de Mattos Algures

Labuta

Há quem bendiga.
Eu mendigo
Alguns dobrões
Para virar as esquinas.

***

ANTIPOÉTICO

Ninguém conhece minha poesia,
Assim como meu partido
Amor-Político.
Eu sempre os afogo
Nas entrelinhas
De um peixe
Que jamais pescaria.

***

POESIA?

Fazer Poesia
É tão fácil
Que té o pássaro
Mais ágil
Faz.
Então, tentas voar.

Mattos Algures (19xx-desconhecido) foi um poeta português de nascimento duvidoso. Nasceu? Não se sabe, mas reza a procissão da lenda que morreu entre o solo e os galhos da sua mãe, prematuramente, e foi encontrado sobre alguma sombra, coberto de folhas que rabiscou com seu vagido e o lápis seco da língua. Seus poemas ainda pouco conhecidos e por muito tempo censurados só agora vieram à tona.

HAICAI

Ancorei os meus olhos
Na ilha de um livro,
Páginas de abrolhos.

(vfm)

HAICAI

O vento sopra estrelas,
Apaga com o bafo do dia
As minhas últimas velas.

(VFM)