segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
TRISTE OS OLHOS
(P/ um amor e dor)
Triste os olhos nas águas
Que sem qualquer esperança,
De saudade e lembrança,
São dois navios de mágoas.
Que sem qualquer esperança,
De saudade e lembrança,
São dois navios de mágoas.
Assim navegam perdidos
Na onda que lhes consome.
Choram os olhos feridos
No marulhar do teu nome.
Na onda que lhes consome.
Choram os olhos feridos
No marulhar do teu nome.
(VFM)
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
CHRONOS
"A eternidade anda apaixonada pelas obras do tempo" (William Blake)
O tempo. O que é o tempo senão este desgaste do vazio
carregado por nossas mãos no irreparável desperdício.
carregado por nossas mãos no irreparável desperdício.
O tempo. Esta provocação escandindo a nossa queda,
esta rebelião consagrada e maldita de nós mesmos.
esta rebelião consagrada e maldita de nós mesmos.
O tempo é a pura diversão anônima, que altera
irrecuperavelmente nosso juízo e pula em nossa distração.
irrecuperavelmente nosso juízo e pula em nossa distração.
O tempo é um parasita descarnado a desterrar o sonho da sociedade.
É a marca do princípio e fim em números que, por tolice, aceitamos
como eternos guardiões do cárcere da vida.
como eternos guardiões do cárcere da vida.
O homem é a condenação do mundo em seu tempo.
(VFM)
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
MICROCRÔNICA MINEIRA
Quando a manhã desafina em um sol turvo há um Galo que canta acordando os rios.
(VFM)
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
LÁCTEO
(P/ Lêdo Ivo)
Teu seio de ovelha negra
Derrama o branco elixir
Das constelações em meu
Sonho pousado na terra.
Derrama o branco elixir
Das constelações em meu
Sonho pousado na terra.
(VFM)
terça-feira, 25 de novembro de 2014
OLHEIRA
(P/ Nicanor Parra)
Olhos fundos e lágrimas
Cavadas entre o nariz
E o promontório.
Um pobre ser enterra
Sua miopia num fosso
Para criar algum horizonte,
Que permita ao espectador
Ver de perto alguns
Funerais.
Cavadas entre o nariz
E o promontório.
Um pobre ser enterra
Sua miopia num fosso
Para criar algum horizonte,
Que permita ao espectador
Ver de perto alguns
Funerais.
(VFM)
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
PARA MEU MESTRE MANOEL DE BARROS
DOR NA ALMA. DOR NA POESIA.
ACIMA DAS PALAVRAS
Acima das palavras
A presença da Poesia
E a sua encantação
Em desperdiçar silêncios.
A presença da Poesia
E a sua encantação
Em desperdiçar silêncios.
Acima das palavras
O sol inventado para
Dar sombra a realidade
Nos olhos invisíveis.
O sol inventado para
Dar sombra a realidade
Nos olhos invisíveis.
Acima das palavras
A lua a roer as unhas
Das estrelas elogiadas
E dos despropósitos.
A lua a roer as unhas
Das estrelas elogiadas
E dos despropósitos.
Acima das palavras
A presença da Poesia
E a sua encantação
Em fazer cocozinho
No infinito dos homens.
A presença da Poesia
E a sua encantação
Em fazer cocozinho
No infinito dos homens.
(VFM)
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
TRADUÇÃO
Paisaje
El campo
de olivos
se abre y se cierra
como un abanico.
Sobre el olivar
hay un cielo hundido
y una lluvia oscura
de luceros fríos.
Tiembla junco y penumbra
a la orilla del río.
Se riza el aire gris.
Los olivos,
están cargados
de gritos.
Una bandada
de pájaros cautivos,
que mueven sus larguísimas
colas en lo sombrío.
*
Paisagem
o campo
de olivas
se abre e se fecha
como um leque.
sobre o bosque olivar
há um céu submerso
e uma chuva escura
de estrelas frias.
treme junco e sombras
pela margem do rio.
ondulações no ar cinzento.
as oliveiras
estão carregadas
de gritos.
um bando
de aves cativas
movem suas longas
caudas na escuridão.
Federico Garcia Lorca
(Tradução: VFM)
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
HAIKAI
O pranto nos meus olhos em roda
Não molha o chão ou o céu que
Lhe florescem, porém seca ela toda.
Não molha o chão ou o céu que
Lhe florescem, porém seca ela toda.
(VFM)
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
ATIREI
Atirei à água
Os tempos sem fim.
Atirei à água
A escuridão em mim.
Atirei à água
Os teus risos falsos.
Atirei à água
Os vidros descalços.
Atire-me à água.
Os tempos sem fim.
Atirei à água
A escuridão em mim.
Atirei à água
Os teus risos falsos.
Atirei à água
Os vidros descalços.
Atire-me à água.
(VFM)
terça-feira, 21 de outubro de 2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
DÚVIDAS
Entre dúvidas sigo fendido
Ao que me aviva e padeço.
Sou de dúvidas o que pareço
E assim tudo me faz sentido.
Ao que me aviva e padeço.
Sou de dúvidas o que pareço
E assim tudo me faz sentido.
Se da verdade eu me esqueço,
Contra mim mesmo assim perdido,
Apenas sou um pó iludido
Que vê no seu fim o seu começo.
Contra mim mesmo assim perdido,
Apenas sou um pó iludido
Que vê no seu fim o seu começo.
Agora as urgentes perguntas
Que me foram pelo mundo dadas
São respostas doces ou salgadas?
Que me foram pelo mundo dadas
São respostas doces ou salgadas?
Digo o que sei. Seguem elas juntas
A tudo que me abre e entro
E a tudo que me dói por dentro.
A tudo que me abre e entro
E a tudo que me dói por dentro.
(VFM)
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
O GATO XADREZ
O gato xadrez
Virou manchete
Caiu do foguete,
Primeira vez.
7 menos 1, seis.
O gato xadrez,
Levado animal,
Comeu um brinco.
Morreu? Talvez.
Não faz mal.
6 menos 1, cinco.
O gato xadrez,
Muito levado,
(Como é que fez?)
Engoliu um retrato,
E foi sepultado.
5 menos 1, quatro.
O gato xadrez
Andando seguro
Caiu em buraco
Pra lá de escuro,
Ficou um caco.
(Morreu de vez?)
4 menos 1, três.
O gato xadrez
- O que ele fez? –
Brigou, anos depois,
Com cão holandês.
Morreu? Talvez.
3 menos 1, dois.
O gato xadrez
- Sem vergonha! –
Roubou a pluma
Da dona cegonha,
Pois queria voar,
Do morro ia saltar.
Ô gato xadrez
- Sai daí, vai, suma!,
Pela última vez,
Te dou comida!
Aviso: De vida
Só tem mais uma. -
O gato xadrez
Não tinha juízo
- Morreu de vez? -
Morreu de riso.
(VFM)
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
domingo, 5 de outubro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
POEMA
TIA MÁRCIA
em memória
A lembrança floresce
Quando a palavra
Despetala seu nome.
Os olhos estão a aguar
Onde você flor.
Quando a palavra
Despetala seu nome.
Os olhos estão a aguar
Onde você flor.
(VFM)
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
HAIKAI
Diga-me por quem são esses ais
Que os teus olhos não dizem,
Mas deixam impressões digitais?
Que os teus olhos não dizem,
Mas deixam impressões digitais?
(VFM)
terça-feira, 23 de setembro de 2014
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
QUADRA
Passa no céu a lua do esquecimento.
Talvez uma música diga o meu nome
No instante febril do remoto vento
E possamos beijar o que em nós some.
No instante febril do remoto vento
E possamos beijar o que em nós some.
(VFM)
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
POEMA
Pelo seu anivermemorável:
ELZIRA MAGALHÃES
(In memorian da minha avó)
ELZIRA MAGALHÃES
quer voar, mas segura
os cabelos no labirinto.
traz nos bolsos o amor
urdido pelos carimbos
no formato das lágrimas.
quer voar, mas segura
os cabelos no labirinto.
traz nos bolsos o amor
urdido pelos carimbos
no formato das lágrimas.
ELZIRA MAGALHÃES
se condensou em soluço
e por isso bebo água
para saber que o sonho
eterno que ela me deu
é um dilatado musgo.
se condensou em soluço
e por isso bebo água
para saber que o sonho
eterno que ela me deu
é um dilatado musgo.
ELZIRA MAGALHÃES
vive a testemunhar
a poesia que se faz,
como barricada, para
cuidar da terra - tempo-,
no riso de neto a neto.
vive a testemunhar
a poesia que se faz,
como barricada, para
cuidar da terra - tempo-,
no riso de neto a neto.
ELZIRA MAGALHÃES
é o meu alegre carinho,
(permanentemente longo)
que um acidente da vida
me cavou, com toda a dor,
na minha mão profunda.
é o meu alegre carinho,
(permanentemente longo)
que um acidente da vida
me cavou, com toda a dor,
na minha mão profunda.
(VFM)
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
SONETO
Os móveis são os mesmos, emocionados,
E o vento bate três vezes os anos,
Onde jasmins invictos, artesianos,
ornaram todos os passos malcriados.
E que muito além da charneca rude
há um florido campo de margarida,
mas que o perfume intenso da vida
envolve, arrebata acalenta e ilude!
A porta duvidava a vasta vista,
A luz se dissipando na maçaneta,
Nessa desabitada mão do poeta.
O olhar distante, abolicionista,
Abre-se ao silêncio inquisitivo
Que me adentra e sopra: está vivo.
VFM + Walter Ianni
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Haikais
I
É muito difícil
Explodir o que sinto:
I míssil you.
II
Edifício
Explodir o que sinto:
I míssil you.
(VFM)
É muito difícil
Explodir o que sinto:
I míssil you.
II
Edifício
Explodir o que sinto:
I míssil you.
(VFM)
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
terça-feira, 9 de setembro de 2014
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
sábado, 6 de setembro de 2014
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
ENTREVISTA
Dei uma entrevista para o jornal Comunidade Ativa do grande camarada Casalberto Rocha sobre Poesia nas redes sociais. Confira a entrevista na íntegra no link: http://goo.gl/GcjbCS
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
terça-feira, 2 de setembro de 2014
MINICONTO
Aula de etiqueta política
Para colarinho branco:
1- Não lavar na máquina do Governo.
2- Torcer para não ser pego.
2- Torcer para não ser pego.
(VFM)
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
terça-feira, 26 de agosto de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
sexta-feira, 15 de agosto de 2014
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
terça-feira, 12 de agosto de 2014
MINICONTO
Puta da vida
Após o programa:
O Cliente: - Você tem namorado?
A puta: - Não se meta na minha vida.
(VFM)
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
sábado, 9 de agosto de 2014
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
terça-feira, 5 de agosto de 2014
ASSIM É O POEMA
Assim é o poema:
Embarcação com
Nossa primeira e
Última palavra, em
Movimento perene,
No vazio do mar.
(VFM)
domingo, 3 de agosto de 2014
quinta-feira, 31 de julho de 2014
quarta-feira, 30 de julho de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
sexta-feira, 25 de julho de 2014
quinta-feira, 24 de julho de 2014
ENCONTRO LITERÁRIO (HOMENAGEM)
E disse João Rubem Suassuna:
- "Quando eu era menino", "Sargento Getúlio", sentado "nA Pedra do reino" eu olhava o céu com compromisso de poesia e escrevia em brancas nuvens com raios e trovões as minhas histórias.
(VFM)
quarta-feira, 23 de julho de 2014
terça-feira, 22 de julho de 2014
segunda-feira, 21 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
HISTÓRIA ADVERBIAL EM TEMPOS DE GUERRA
Hoje cedo eles, sucessivamente, declararam que, de repente, o sangue seria, entrementes, a cor da cidade. Afinal, de quando em quando, eles revezavam, doravante a situação, com o tom da fumaça. "Amanhã, às vezes, deixaremos provisoriamente o povo se tingir de luto", asseveraram. Logo depois, ao pôr do sol, o barulho começou, amiúde.
Desde então, os vivos esperam usar a bandeira branca, que agora é utilizada para cobrir, por fim, os mortos.
A paz é um sonho colorido e breve. A guerra é a tinta do mundo. Permanece agora e sempre, dentro e fora de nós, longe ou perto, até tarde. A dor é um matiz que nunca se apaga. A paz é jamais.
(VFM)
quinta-feira, 17 de julho de 2014
quarta-feira, 16 de julho de 2014
terça-feira, 15 de julho de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
sexta-feira, 11 de julho de 2014
quinta-feira, 10 de julho de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
domingo, 6 de julho de 2014
POEMA PARA A TRAGÉDIA EM BH - 3/7/2014
DEBAIXO DA PONTE RECOLHO OS RESÍDUOS DA NOITE
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite
após o passeio afogado do sol dentro de nós.
tudo aconteceu tão rápido, que alguém olha
estes versos c/ o mesmo piscar que um lobo
dá ao decidir cuidar de um rebanho de ovelhas,
devorando do mercúrio à nuvem, da cidade
às palavras, do cemitério ao corpo que dizia:
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite.
o céu desabou sobre o sonho de hanna que
guiava famílias por vias arquitetadas de tristeza,
onde charles transitava com um olhar grave.
a vida foi-lhes uma passagem cara de concreto.
os braços estendidos ligavam como viaduto
o pedido de socorro sufocado pelo aço. sirenes
se tingiram de pânico e sangue e outras cores
amargas de dor, no qual o dia falecia na literatura
de ivan e no processo de choro de kafka dentro
do ônibus, que ia em busca de um nome p/
o prato de comida metamorfoseado em fome.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
como se garimpasse atrás de ouro e só
encontrasse (por azar?) ossos e ossos e ossos.
o coração, esmagado de suor, dava nova
forma ao silêncio, moldando a carne ao sabor
triste, duro, duro, duro e oneroso da pedra.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
pois não se conta os mortos da mesma
maneira que as madrugadas ou as notas.
apagaram-se os sorrisos festivos do sol, disse
alguém sujo de indgnação, raiva e poeira.
não há p/ onde fugir. não adianta fechar os
olhos. sombras sinalizam o caminho,
dividindo em duas faixas este dia: morte e
negligência. p/ onde seguir quando precisamos
seguir em frente? agora o passado é uma
corcunda e meus olhos um animal ferido.
achávamos a salvo diante da nossa escolha,
mas o sol definitivamente se foi.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
escrevendo no amanhã o trágico destino
da casa vazia, da cama vazia, dos filhos vazios.
o que resta é uma serpente rubra de água
no rosto passageiro dos enganados homens
e o medo e o medo e o medo e o medo.
agora o imperador coça a barba com o seu
cetro, fingindo uma lástima, procurando desvios
p/ o acidente das horas nas últimas luzes.
o imperador não se importa. está cansado
contando a soma dos seus lucros e bens.
o nome da sua rua é diferente, cheio de
capachos aos pés p/ pisar a cidade, destruir
a cidade, demolir os homens na cidade.
o imperador vive na lua e olha de cima
os destroços e as chuvas ácidas que caem
sobre nós. nada vai acontecer. nada vai
amarrotar a roupa engomada do imperador.
continuaremos engolindo secamente seu poder,
continuaremos fazendo o sinal da cruz ou
sinal ao ônibus p/ atravessar a rota da vida.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
até que a corrupção limpe os detritos dos corpos,
que seguem corretos pela estrada em um
destino fúnebre e totalmente sem volta.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
onde o imperador aniquila a fé em são joão batista,
decapitando diversos inocentes e se deliciando
com a cidade morta em uma bandeja.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite.
(VFM)
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite
após o passeio afogado do sol dentro de nós.
tudo aconteceu tão rápido, que alguém olha
estes versos c/ o mesmo piscar que um lobo
dá ao decidir cuidar de um rebanho de ovelhas,
devorando do mercúrio à nuvem, da cidade
às palavras, do cemitério ao corpo que dizia:
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite.
o céu desabou sobre o sonho de hanna que
guiava famílias por vias arquitetadas de tristeza,
onde charles transitava com um olhar grave.
a vida foi-lhes uma passagem cara de concreto.
os braços estendidos ligavam como viaduto
o pedido de socorro sufocado pelo aço. sirenes
se tingiram de pânico e sangue e outras cores
amargas de dor, no qual o dia falecia na literatura
de ivan e no processo de choro de kafka dentro
do ônibus, que ia em busca de um nome p/
o prato de comida metamorfoseado em fome.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
como se garimpasse atrás de ouro e só
encontrasse (por azar?) ossos e ossos e ossos.
o coração, esmagado de suor, dava nova
forma ao silêncio, moldando a carne ao sabor
triste, duro, duro, duro e oneroso da pedra.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
pois não se conta os mortos da mesma
maneira que as madrugadas ou as notas.
apagaram-se os sorrisos festivos do sol, disse
alguém sujo de indgnação, raiva e poeira.
não há p/ onde fugir. não adianta fechar os
olhos. sombras sinalizam o caminho,
dividindo em duas faixas este dia: morte e
negligência. p/ onde seguir quando precisamos
seguir em frente? agora o passado é uma
corcunda e meus olhos um animal ferido.
achávamos a salvo diante da nossa escolha,
mas o sol definitivamente se foi.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
escrevendo no amanhã o trágico destino
da casa vazia, da cama vazia, dos filhos vazios.
o que resta é uma serpente rubra de água
no rosto passageiro dos enganados homens
e o medo e o medo e o medo e o medo.
agora o imperador coça a barba com o seu
cetro, fingindo uma lástima, procurando desvios
p/ o acidente das horas nas últimas luzes.
o imperador não se importa. está cansado
contando a soma dos seus lucros e bens.
o nome da sua rua é diferente, cheio de
capachos aos pés p/ pisar a cidade, destruir
a cidade, demolir os homens na cidade.
o imperador vive na lua e olha de cima
os destroços e as chuvas ácidas que caem
sobre nós. nada vai acontecer. nada vai
amarrotar a roupa engomada do imperador.
continuaremos engolindo secamente seu poder,
continuaremos fazendo o sinal da cruz ou
sinal ao ônibus p/ atravessar a rota da vida.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
até que a corrupção limpe os detritos dos corpos,
que seguem corretos pela estrada em um
destino fúnebre e totalmente sem volta.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite,
onde o imperador aniquila a fé em são joão batista,
decapitando diversos inocentes e se deliciando
com a cidade morta em uma bandeja.
debaixo da ponte recolho os resíduos da noite.
(VFM)
quinta-feira, 3 de julho de 2014
quarta-feira, 2 de julho de 2014
terça-feira, 1 de julho de 2014
segunda-feira, 30 de junho de 2014
NO BRASIL DA COPA É ASSIM
O povo sofre com a cobrança de pênalti, mas quase morre com a cobrança do IPTU.
(VFM)
sexta-feira, 27 de junho de 2014
DESLIGADO
Como é bom não vê-la
Aqui nesta estrofe.
No alto uma estrela
Se desliga. Estou só.
O meu amor está off.
Aqui nesta estrofe.
No alto uma estrela
Se desliga. Estou só.
O meu amor está off.
(VFM)
quinta-feira, 26 de junho de 2014
NO BRASIL DA COPA É ASSIM
Para Político não há impedimento ao peculato, pois ninguém dá bandeirinha.
(VFM)
terça-feira, 24 de junho de 2014
quarta-feira, 18 de junho de 2014
EPIGRAMA P/ COPA
"em berço esplêndido"
batemos boca, batemos bola,
mas não batemos continência.
batemos boca, batemos bola,
mas não batemos continência.
"em berço esplêndido"
batemos papo, batemos palmas,
mas não batemos sobre ordens.
batemos papo, batemos palmas,
mas não batemos sobre ordens.
"em berço esplêndido"
batemos o pé, mas não batemos!
e assim corre, entre bombas e gás,
o progresso.
batemos o pé, mas não batemos!
e assim corre, entre bombas e gás,
o progresso.
terça-feira, 17 de junho de 2014
NO BRASIL DÁ COPA É ASSIM
Político não dá saúde, alimentação, transporte e educação, mas ele dá bola pro povo na hora do voto.
(VFM)
sábado, 14 de junho de 2014
NO BRASIL DA COPA É ASSIM
Faz falta aquela verba pública, mas ninguém expulsa o político que cometeu.
(VFM)
quinta-feira, 12 de junho de 2014
terça-feira, 10 de junho de 2014
sexta-feira, 6 de junho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
quarta-feira, 4 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
segunda-feira, 2 de junho de 2014
MINICONTO
AMERICAN WAY OF LIFE
Compraram um apartamento miúdo. Quarto e sala e uma cozinha americana, onde diariamente havia, entre os filhos, guerra de comida.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
terça-feira, 27 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
quinta-feira, 22 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
QUADRA
Peço antes de morrer de amor
(Suplico a Deus toda tua atenção)
Arranque o coração, por favor,
Não o quero noutra encarnação.
(Suplico a Deus toda tua atenção)
Arranque o coração, por favor,
Não o quero noutra encarnação.
terça-feira, 20 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
domingo, 18 de maio de 2014
sábado, 17 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
ROSA
A boca pecaminosa
De flor em flor nos caminhos.
O beijo pisa a rosa
Com a língua de espinhos.
De flor em flor nos caminhos.
O beijo pisa a rosa
Com a língua de espinhos.
(VFM)
quarta-feira, 14 de maio de 2014
terça-feira, 13 de maio de 2014
MINICONTO
ÓCULOS
7 graus de miopia levaram-no a comprar os mais diversos óculos.
- A prazo?
- A vista!
(VFM)
segunda-feira, 12 de maio de 2014
sexta-feira, 9 de maio de 2014
FRASE
O Poema é um presente para os olhos que se lançam como rede às palavras e sabem que vão encontrar as sombras intocadas e hesitantes do que vai além de nós.
(VFM)
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