As pálpebras em uníssono,
Medindo com as piscadelas,
No despetalar monótono,
Descobrem flores em parcelas
Caídas pelo chão de sono.
Que fazem tristes nas ruelas?
Elas estão cegas de outono!
É tempo de carnaval,
Mas me habita a solidão.
Vejo do escuro doméstico,
Da monótona casa,
Os teus olhos lá fora
De purpurina.
Eu permaneço aqui dentro,
Vestido de tristeza,
Sem nenhuma fantasia,
Beijando tua sombra
Festiva pelo chão. (VFM)