quarta-feira, 29 de julho de 2015

ODE-a-BRECHT


o olhar de tabaco e a boca a contar dinheiro.
o desprezo ao público para se tornar público.
propinas de verão para adornar o quarto
com papel de parede de crianças nomeadas
alegres. a mão nunca está sozinha. tem dedos
que aprenderam facilmente a escrever:
"de que serve a bondade?". arrancam giestas
e dão comando ao motorista. erguem sorrisos
cimentados de agruras; pontes supérfluas
para caminhos de um mau negócio. o povo?
o povo vê a construção de obras duradouras
para o nada. e os contratos dão ao povo uma
máquina eficiente para projetar a sua fome.
(VFM)

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