segunda-feira, 27 de julho de 2015

PARA VÓ BERNA!


quem não morre não acontece.
há saudades por fazer no crediário.
risos para vender às festas santas
por rezas costumeiras e delícias.
somos de sambas, filhos e chão
de barro e curiosidades e zinco.
tenho vícios em flores e lembranças,
em tuas palavras sem troco,
anéis, como casamentos e nudes
de deusas favoráveis aos vazios.
quem não morre não acontece.
k estou eu funcionário de L sem
décimo terceiro e enfeites que
ocupem metade da minha solidão.
há uma cerimônia. eu choro
comendo pipoca como dias e vejo
meu filme o seu filme nosso filme
obscenos, sem guarda-roupas,
e a realidade do mundo no banco
com chiclete, mão boba, sólida,
me fazendo cócegas perpétuas.
quem não morre não acontece.
ai de mim! constantelongamente.
nossas risadas não estouram mais.
hoje faturo o infinito, em poucas notas,
e sei que empurro, distante, triste,
o carrinho que, em nossos pés íngremes,
abertamente, fortalece o sabor do sol.
(VFM)

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